O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) convocou para a tarde desta segunda-feira (03), uma reunião com representantes dos três grandes clubes do Recife: Sport, Santa Cruz e Náutico. Contando também com a presença da Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Federação Pernambucana de Futebol (FPF-PE), foi requerido que o Trio de Ferro possa tomar exigências que levem ao fim a relação com a Torcidas Organizadas.
Sub-procurador geral do MPPE, Renato da Silva Filho, explicou a natureza da reunião com os clubes. “O objetivo do Ministério Público foi reunir os atores desta questão para que tivéssemos um entendimento que esse problema é muito maior que a Federação, os próprios clubes, o Estado, assim o Ministério Público irá atuar, independente se irá desagradar”, iniciou.
“O que eu pedi, foram algumas exigências feitas pelo MPPE, como o cadastro biométrico, e solicitei que os clubes dissessem o que desejam fazer para minimizar esse problema da sociedade pernambucana”, concluiu o sub-procurador.
Em seguida, o representante da MPPE relatou que os clubes devem se afastar ao máximo desses grupos, encerrando qualquer tipo de relação.
“O que pedimos é muito pouco. Primeiro, que os clubes se desassociem dessas Torcidas Organizadas, não tem cabimento que elas tenham CEP, CNPJ e uma sede. Isso é a falência do Estado e não iremos ficar a reboque disso. Foi pedido que não desse guarita, não incentivassem esse tipo de torcedor, porque 99% dos torcedores são de pessoas boas, mas tem um percentual pequeno que compromete isso e os clubes acordaram de tomar medidas dentro das limitações deles”, comentou.
FPF-PE
Quem também esteve presente na reunião foi o Presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF-PE), Evandro de Carvalho. O representante do futebol pernambucano comentou favoravelmente às medidas que possam extinguir todas as Torcidas Organizadas do Estado.
“Primeiro, as torcidas foram extintas por sentença transitada em julgado (decisão definitiva e que não cabe recurso). O que existe são criminosos que burlaram a decisão judicial, e ficamos muito felizes com o envolvimento direto do Ministério, na percepção dessa fraude e compactuamos que estamos juntos nesse movimento de extinguir essa massa que busca atuar, usando o futebol como muleta”, comentou.
“O que foi acordado aqui é que os clubes têm que se posicionar e materializar uma conduta que retire essas torcidas dentro deles. A impressão que a sociedade e o poder judiciário possuem é que os três clubes continuam com relacionamento com as organizadas e isso precisa acabar. Vamos fazer o que for possível para ocorrer essa desvinculação”, garantiu o presidente.