TNG tem plano de recuperação judicial aprovado

O pedido de recuperação judicial da varejista de roupas TNG foi aprovado pelos credores, dando mais fôlego para a empresa após o baque da pandemia, quando fechou 70 das suas 170 lojas. A negociação também evita a saída dos shoppings, os quais chegaram a pedir despejo pela inadimplência dos aluguéis. O valor total da dívida é de R$ 267.687.678,40.




A solicitação foi feita em maio do ano passado, quando a TNG já acumulava uma dívida na casa dos R$ 200 milhões com os shoppings, bancos e lojistas. A empresa de Tito Bessa Jr. agora terá carência de até dois anos para pagamento de algumas dívidas e conseguiu desconto de quase 90% em alguns casos.


O objetivo é que a companhia possa a companhia possa se reestruturar financeiramente, negociar com credores as dívidas existentes e manter suas atividades, segundo o escritório que assessora a TNG no processo, Moraes Jr. Advogados.


O plano proposto ressaltava que a não aprovação ocasionaria “a cessão da geração de riquezas pela empresa e, desta forma, não restará aos credores alternativa para receber os recursos que lhes são devidos, exceto a de aguardar a liquidação de bens da empresa que, em tal situação, costumam ser muito desvalorizados e liquidados a preço vil”.


Outro caminho que deve ajudar a ganhar musculatura nessa retomada é aprimorar o e-commerce como reforço para o omnicanal.


O plano foi aprovado por mais de 70% dos credores. Para o advogado Fernando Brandariz, especialista em recuperação judicial, o prazo de carência é comum, mas o desconto nesses casos costuma ficar entre 50% e 70%.


— O deságio de 90% é mais raro. Acredito que a maioria dos credores vai continuar prestando serviço para a empresa. A TNG tem 37 anos, deve ter parceiros de décadas. Eles ajudam a recuperar e continuam a fornecer. Isso é o que geralmente acontece nas recuperações.


Os setores de serviços e comércio foram os mais atingidos na pandemia, em especial o vestuário que viu as vendas caírem com os lockdowns e fechamentos de shoppings. Além da TNG, Le Postiche, Cavalera, Via Uno e Le Lis Blanc listam as varejistas do varejo que precisaram entrar com pedido de recuperação judicial e extrajudicial na pandemia.


Pagamentos

Cada credor tem um deságio e carência, e todos têm correção monetária e juros. Os funcionários vão receber metade dos valores devidos em até um ano após a homologação do plano. Os que tiverem até R$ 3 mil de crédito serão pagos em 90 dias.


Os credores que têm garantia real vão receber o pagamento total ao longo de nove anos, a partir de nove meses de carência. Já aqueles sem garantia real, chamados de quirografários, receberão somente 13% do crédito devido e em 17 parcelas anuais. No caso dos créditos inferiores a R$ 10 mil, haverá quitação integral em parcela única em até 90 dias.


O prazo de carência de 23 meses dos quirografários é o mesmo para as microempresas, cujo pagamento de 20% da dívida será em dez parcelas anuais iguais, à exceção de valores abaixo de R$ 3 mil. Estes acontecem integralmente e em 90 dias.


Os locadores dos espaços comerciais, por sua vez, vão receber 60% do que lhes é devido a partir de janeiro e em 48 parcelas mensais. E os bancos não terão carência para receber 32,35% da dívida, a qual será paga em 31 parcelas.

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