Vivo, Claro e TIM abrem arbitragem contra Oi e cobram devolução de R$ 3,186 bilhões

O processo de recuperação judicial da Oi ganhou mais um round. Na manhã desta segunda-feira (3), Vivo, Claro e TIM anunciaram que iniciaram um processo arbitral envolvendo a compra da operação de telefonia móvel da companhia carioca, com cerca de 40 milhões de clientes.


O novo impasse, no entanto, tende a atrasar ainda mais o processo de recuperação judicial da Oi, que tinha previsão de término no primeiro trimestre deste ano. Hoje, segundo fontes, não há mais previsão.


As três teles, nos ajustes de pós-fechamento da compra da Oi Móvel, pedem ao todo R$ 3,186 bilhões de volta da Oi. Desse valor, Claro, Vivo e TIM já haviam questionado R$ 1,447 bilhão referente a ajustes. Depois, em setembro, em uma nova revisão, decidiu cobrar mais R$ 1,739 bilhão.


As três teles ofereceram ao todo R$ 16,5 bilhões pelos ativos móveis da tele carioca em meados de 2020. O negócio foi aprovado pelo Cade, que regula a concorrência no país, no início deste ano com algumas condicionantes.


Em comunicado, a Telefónica, dona da vivo, informou que vai iniciar arbitragem em conjunto com a TIM e a Claro conforme previsto em contrato, “tendo em vista o manifesto descumprimento pela Vendedora de determinados termos do Contrato após a troca de notificações acerca do Ajuste de Preço Pós-Fechamento entre as Compradoras e Vendedora”.




A TIM informou em outro comunicado que, dos cerca de R$ 3,2 bilhões, “tem direito a cerca de R$ 1,4 bilhão e suportado por robusto laudo econômico-financeiro preparado por seus assessores independentes”.


A operadora informou ainda que “tendo em vista a violação expressa da Vendedora (Oi) aos mecanismos de resolução de disputas não restou outra alternativa senão ingressar nesta data com procedimento arbitral junto à Câmara de Arbitragem do Mercado da B3”.


O processo de arbitragem é um recurso que permite que as partes cheguem a uma solução mais rápida quando comparado a um processo judicial, que pode se arrastar por anos. Geralmente, a alternativa de mediação de conflitos está previsto em contrato entre as empresas em casos envolvendo aquisições, fusões e venda de ativos.


Segundo fontes envolvidas nas discussões, as teles não chegaram a um acordo sobre os valores. A Oi questiona o cálculo feito pelas três empresas, alegando erros procedimentais e técnicos, com equívocos na metodologia. Do outro lado, as empresa negam.


Em entrevista recente o Globo, Christian Gebara, informou que o questionamento envolvendo os valores pagos à Oi “já estava previsto no contrato”.


“Temos ajuste de preço e a gente envia o nosso entendimento que foi definido no closing. E agora a gente trabalha para chegar a melhor solução. É parte do processo. Estamos fazendo nesse momento a migração de clientes da Oi. Recebemos ao todo 12,5 milhões de clientes da Oi, com os DDDs concentrados no Nordeste, dois no Paraná e um em São Paulo”, disse ele ao Globo em recente entrevista.


Em processo de recuperação judicial, a Oi decidiu vender diversos ativos para reduzir suas dívidas, como a própria operação móvel, antenas, além da operação de TV por assinatura e metade de suas operações de fibra ótica.

Veja também

Vai ter horário de verão? Estudo mostra que volta do modelo não traria benefícios

energia

Vai ter horário de verão? Estudo mostra que volta do modelo não traria benefícios

Balança comercial registra superávit de US$ 3,99 bi em setembro

Economia

Balança comercial registra superávit de US$ 3,99 bi em setembro


Waiting..

Breaking News Breaking News

Learn More →