Há 28 anos no poder em São Paulo, PSDB pressiona Tarcísio com comando da Alesp

Protagonista da política de São Paulo nos últimos 28 anos, o PSDB ensaia se aliar à esquerda para manter a presidência da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e aumentar assim seu poder de barganha para garantir espaço na nova gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No segundo turno, o governador tucano Rodrigo Garcia, que tentou a reeleição, declarou apoio “incondicional” a Tarcísio, que minimizou a adesão.


Pessoas próximas ao governador eleito afirmam de forma reservada que nenhum nome do PSDB é cotado para o secretariado. Resignado, o diretório estadual do partido tenta assegurar ao menos o comando da secretaria de Desenvolvimento Regional e do Sebrae. E aliados do neotucano Rodrigo Garcia também miram a pasta da Habitação.


Ao contrário da bancada federal, que encolheu este ano, o PSDB paulista conseguiu ampliar o número de deputados na Alesp, com nove parlamentares eleitos, e ainda terá mais duas cadeiras do Cidadania, com quem os tucanos formaram uma federação. Só terão bancadas maiores o PL, da base de Tarcísio, com 19 deputados, e o PT, com 18.

 




A expectativa dos tucanos é que o deputado Carlos Pignatari (PSDB), atual presidente da Alesp, dispute a reeleição. Se garantir a recondução, ficará em suas mãos a decisão de levar os projetos do governo ao plenário. Se marcharem com outros partidos de esquerda, como PC do B, PSOL, PDT e PSB, e de centro, como o MDB e o Podemos, o grupo chega a quase metade da assembleia, com potencial para complicar a vida de Tarcísio.


Deputados do PT ouvidos pelo GLOBO dizem que o partido tem conversado tanto com os tucanos quanto com o PL, que deverá lançar o deputado André do Prado para o comando da Casa. Prado é próximo a Valdemar Costa Neto , que comanda o PL com mão de ferro. Outro nome da direita que pode concorrer à presidência da Alesp é o deputado Gimalci Santos (Republicanos), que tenta articular o apoio do PL.


Hoje, os petistas ocupam a primeira secretaria da assembleia com Luiz Fernando T. Ferreira, irmão do deputado federal Paulo Teixeira (PT). O cargo é o segundo mais importante da Mesa Diretora.


Tarcísio viajou para os Estados Unidos com a família e voltará ao Brasil amanhã. No entanto, o governador eleito deve passar a semana em Brasília para resolver questões pessoais e burocráticas. Só na outra semana começará a transição do governo e a retomada das conversas para a composição do secretariado.


Os quadros já analisados pelo ex-ministro da Infraestrutura do presidente Jair Bolsonaro (PL) incluem ex-assessores do ministro Paulo Guedes, da Economia, técnicos do Ministério da Infraestrutura e nomes ligados ao ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD).


Sem loteamento

Interlocutores de Tarcísio descartam o loteamento de secretarias até mesmo entre os partidos da coligação. O governador eleito também não convocará nomes da base ideológica do bolsonarismo. A exceção seria Diego Torres, irmão da primeira-dama Michelle Bolsonaro.


Pessoas próximas do governador eleito também dizem que ele até poderá receber sugestões do PSDB, desde que os indicados tenham perfil técnico e com ficha limpa. Mas a busca por espaço não será fácil para os tucanos. À frente, estão legendas que apoiaram a candidatura do ex-ministro ao Palácio Bandeirantes — Republicanos, PL, PSD, PTB, PSC e PMN — e o União Brasil, que pode ser inclusive o destino do atual governador Garcia.

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