O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal tome um novo depoimento do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) Anderson Torres. A oitiva será realizada na próxima segunda-feira, e foi solicitada pela própria Polícia Federal.
Este será o terceiro depoimento de Torres à Polícia Federal desde que foi preso após os atos golpistas de 8 de janeiro. O ex-ministro será ouvido na condição de “declarante”, e não como investigado.
“A oitiva de ANDERSON TORRES, na condição de declarante, não objetiva mitigar a natureza voluntária da opção do indivíduo em prestar informações ou não em seu interrogatório, ou mesmo, de colaborar de outras maneiras na produção probatória”, diz o despacho desta quinta-feira.
Segundo Moraes, “a obrigação de comparecimento e a exigência de prestar seu depoimento como declarante não significa possibilidade de coação direta ou indireta para obtenção de uma confissão ou assunção de responsabilidade, quebrando-se a necessária ‘participação voluntária’ na produção probatória”.
Um dos principais conselheiros de Bolsonaro após a derrota eleitoral, o ex-ministro se tornou peça-chave das apurações da Polícia Federal sobre os responsáveis pelos ataques golpistas de 8 de janeiro. Ele era o secretário de Segurança Pública do DF no dia dos atentados, mas estava fora de Brasília devido a uma viagem com a família para a Disney.
Durante um mandado de busca e apreensão cumprido no dia 12 de janeiro, a PF encontrou em sua residência uma minuta com o timbre do governo, cujo texto apócrifo “decretava” o “Estado de Defesa” no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dois dias depois, ele foi preso ao desembarcar de um voo dos Estados Unidos, por ordem de Moraes.
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