Caso joias: itens recebidos por Bolsonaro da Arábia Saudita já somam quase R$ 19,5 milhões

O valor total das joias recebidas por Jair Bolsonaro de presente do governo da Arábia Saudita poder ser ainda maior do que se estimava no início. Até o momento, já foram identificados três pacotes e o valor dos presentes chega a aproximadamente R$ 19,5 milhões. Inicialmente, a estimativa era que os itens de luxo custassem cerca de R$ 18 milhões.

Na relação, há pelo menos três relógios, um cordão de diamantes, um par de brincos, dois conjuntos de abotoaduras e dois rosários árabes chamados “masbaha”, todos cravejados com pedras preciosas.


A peça de maior valor é um colar de diamantes da marca Chopard, que seria um presente para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O item faz parte de um conjunto que tem ainda um par de brincos, um anel e um relógio, todos cravejados com brilhantes. As joias, avaliadas em 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões),foram recebidas pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em outubro de 2021, e retidas pela Receita Federal no no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no retorno da comitiva ao Brasil, por não terem sido devidamente declaradas. A legislação brasileira obriga declarar qualquer bem avaliado em mais de mil dólares (pouco mais de R$ 5 mil) na chegada ao país. Após a apreensão, o ex-presidente tentou reaver o material em pelo menos quatro ocasiões, escalando na missão militares e diferentes ministérios.


O segundo estojo, que segundo depoimento de uma servidora do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) que presta serviços ao gabinete pessoal da Presidência da República, divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo, foi recebido em mãos pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, continha caneta, um anel, um relógio, um par de abotoaduras e um rosário. Do conjunto, o relógio também da marca Chopard se destaca, sendo avaliado em aproximadamente R$ 800 mil. O item de colecionador, do modelo L.U.C. Tourbillon Qualité Fleurier Fairmined, só teve 25 unidades produzidas. Com caixa de ouro maciço e fundo em safira, ele tem ainda uma pulseira de crocodilo costurada à mão. Os ítens estavam com o ex-presidente Jair Bolsonaro e foram devolvido por seus advogados após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).


O pacote teria entrado no país na comitiva do então ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, após viagem ao país árabe, ainda em outubro. Segundo o depoimento, o pacote teria sido entregue à Michelle no dia 29 de novembro de 2022, no Palácio da Alvorada, residência oficial do então presidente. O ex-chefe do Executivo, que também é citado pela servidora, também teria tido contato com as joias, sendo o responsável por conferir os itens do estojo.


Em um primeiro momento, as joias chegaram a ser avaliadas em R$ 1 milhão, mas de acordo com o Departamento de Documentação Histórica, a caixa foi despachada ao dar entrada no Palácio do Alvorada pelo montante de de US$ 500 mil, o equivalente a R$ 2,5 milhões. Ao todo, Jair Bolsonaro recebeu três caixas de joias do governo da Arábia Saudita, que juntas podem ultrapassar o valor de R$ 19,5 milhões.




Terceiro pacote

Já um terceiro pacote, que também foi devolvido pela defesa de Bolsonaro, segundo o jornal O Estado de S.Paulo, tem itens avaliados em R$ 500 mil. Só um relógio, da marca Rolex, é vendido em sites por preços a partir de R$ 364 mil. O conjunto tem ainda uma caneta da marca Chopard prateada, com pedras encrustadas; um par de abotoaduras em ouro branco ornada com um brilhante no centro e rodeado por diamantes; um anel em ouro branco com diamantes com corte longo e retangular, chamado no exterior de “baguette”; uma “masbaha” de ouro branco com pingentes cravejados em brilhantes.


As peças teriam sido entregues em mãos para Bolsonaro. O ex-presidente, de acordo com o jornal, foi presentado durante viagem oficial a Riade, na Arábia Saudita, entre os dias 28 e 30 de outubro de 2019. Na ocasião, Bolsonaro participou de um almoço oferecido pelo rei saudita Salma Bin Abdulaziz Al Saud.


De acordo com o jornal, os itens do que compõem a caixa de joias foram especificados, um a um, no formulário de encaminhamento de presentes para o presidente. Nele há um campo para incluir a informação se “houve intermediário no trâmite”. A resposta que consta no documento é “não”. Em 6 de junho do ano passado, Bolsonaro solicitou o conjunto de joias para ficar com ele. Por determinação do ex-presidente, dois dias depois os itens foram encaminhados para seu gabinete. Nesta data os registros oficiais informam que as peças de luxo estavam “sob a guarda do Presidente da República.

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