Após encontro com “big techs”, Kamala Harris diz que Casa Branca quer regulação da I.A

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, disse nesta quinta-feira (4) que a Casa Branca apoiaria nova regulamentação ou legislação para mitigar os possíveis danos causados pela inteligência artificial. A afirmação foi feita após uma reunião com os diretores executivos da Alphabet (controladora do Google), Microsoft, OpenAI e Anthropic.


Harris considerou complexos os desafios colocados pelas ferramentas de inteligência artificial generativa, cuja utilização popular explodiu nos últimos meses, ressaltando que as empresas devem trabalhar com o governo para garantir salvaguardas que protejam os direitos civis e a privacidade e evitar desinformação ou fraudes.


“Governo, empresas privadas e outros membros da sociedade devem enfrentar esses desafios juntos”, disse Harris em um comunicado. “O presidente Biden e eu estamos comprometidos em fazer nossa parte – inclusive avançando em possíveis novas regulamentações e apoiando novas legislações – para que todos possam se beneficiar com segurança das inovações tecnológicas.”




Harris também colocou o ônus na indústria, dizendo que “o setor privado tem uma responsabilidade ética, moral e legal de garantir a segurança de seus produtos”.


O presidente Joe Biden compareceu à reunião, que incluiu os CEOs Sam Altman da OpenAI, Dario Amodei da Anthropic, Satya Nadella da Microsoft, Sundar Pichai da Alphabet e altos funcionários do governo.


Escrutínio público

Antes da reunião, as principais empresas de inteligência artificial, incluindo a Microsoft e o Google , se comprometeram a participar da primeira avaliação pública independente de seus sistemas. O compromisso disponibilizará sistemas de IA para hackers e especialistas em IA na conferência sobre segurança cibernética Def Con 31, em agosto, para testar e avaliar.


O exercício na convenção de hackers visa gerar mais informações públicas sobre os impactos desses modelos e permitir que as empresas resolvam os problemas que surgem, de acordo com um alto funcionário do governo que falou sob condição de anonimato antes da reunião.


Os defensores da Inteligência Artificial (IA) dizem que o evento ajudará a identificar bugs, falhas e vulnerabilidades nos produtos, além de preocupações mais amplas sobre possíveis vieses, violações de privacidade ou uso nefasto da tecnologia emergente.


A oferta limitada das empresas – permitindo apenas a avaliação na conferência, em vez de um compromisso de avaliação contínua à medida que novos produtos são produzidos ou refinados – pode não ser suficiente para satisfazer os reguladores, ansiosos para evitar os problemas de privacidade e desinformação que surgiram de tecnologias como as redes sociais .


Mas a oferta de abrir sistemas para avaliação durante a conferência de hackers de agosto é vista como um primeiro passo, disse o funcionário.


Financiamento

Mais cedo, a Casa Branca anunciou US$ 140 milhões em novos financiamentos para estabelecer novos institutos nacionais de pesquisa em IA, projetados para examinar como a tecnologia pode ajudar em áreas críticas como clima, agricultura, energia e saúde pública.


Isso se soma aos cerca de US$ 360 milhões anunciados anteriormente para uma rodada inicial de 18 institutos.


Nos EUA, o Departamento de Comércio indicou em abril que estava considerando adotar regras que poderiam exigir que os modelos de IA passassem por um processo de certificação antes de serem lançados.


Na quarta-feira, a presidente da Comissão Federal do Comércio (FTC na sigla em inglês), Lina Khan, disse que a agência estava monitorando de perto o uso de ferramentas de inteligência artificial. “Embora essas ferramentas sejam novas, elas não estão isentas das regras existentes, e a FTC aplicará rigorosamente as leis que temos a responsabilidade de administrar”, disse ela.


Na semana passada, os ministros do setor digital do Grupo dos Sete disseram que os países membros deveriam adotar uma regulamentação da IA “baseada no risco”, enquanto os legisladores da União Europeia chegaram a um acordo preliminar sobre a Lei da IA, que regulamentaria a tecnologia.


A reunião desta quinta-feira  incluiu o chefe de gabinete da Casa Branca, Jeff Zients, a secretária de Comércio Gina Raimondo, o conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan e o conselheiro de Tecnologia de Biden, Arati Prabhakar.


Avanço da legislação na Europa


No ano passado, a Casa Branca divulgou o que chamou de “Projeto para uma Declaração de Direitos da IA”, que dizia que os sistemas automatizados deveriam proteger a privacidade dos dados dos usuários, protegê-los de resultados discriminatórios e deixar claro por que certas ações foram tomadas.


Em janeiro, o Departamento de Comércio também divulgou uma estrutura para reduzir o risco em IA, que estava em desenvolvimento há anos.


O cerco ao uso de ferramentas de inteligência artificial vem ocorrendo em outros países. A União Europeia também está propondo uma nova legislação para regulamentar a IA e países -membros do bloco estão tomando medidas por si só.


No fim de maio, as autoridades italianas anunciaram a decisão de bloquear o ChatGPT, acusando-o de violação de privacidade de dados e de não dispor de um sistema de verificação de idade para usuários adolescentes.


Com isso, a OpenIA foi proibida de usar informações sobre os usuários italianos temporariamente até que a empresa se enquadre na Lei Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR, na sigla em inglês).

Veja também

Receita investiga contribuintes por fraudes relacionadas a despesas de saúde em Pernambuco 

Fraude

Receita investiga contribuintes por fraudes relacionadas a despesas de saúde em Pernambuco 

Neoenergia intensifica combate ao furto de energia elétrica em Pernambuco

SENSORES INTELIGENTES

Neoenergia intensifica combate ao furto de energia elétrica em Pernambuco


Waiting..

Breaking News Breaking News

Learn More →