Acusado de defender tratamento ineficaz, Luciano Hang depõe à CPI da Covid

O depoimento do empresário Luciano Hang na CPI da Covid está marcado para esta quarta-feira (29). Ele é acusado de pertencer ao chamado “gabinete paralelo”, grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que aconselharia o presidente em relação à pandemia de Covid-19, promovendo ideias sem comprovação científica, como o “tratamento precoce” com hidroxicloroquina e ivermectina.


A convocação de Hang foi sugerida pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI. Hang foi citado no depoimento de Pedro Benedito Batista Jr., diretor da empresa de planos de saúde Prevent Senior. Foi em um dos hospitais próprios da Prevent, o Sancta Maggiore, em São Paulo, que a mãe do empresário, Regina Hang, de 82 anos, morreu em fevereiro deste ano.


O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o empresário Luciano Hang será tratado de acordo com a lei e também terá que se portar dessa forma.




“A CPI não tolerará desacato, não tolerará que, na condição de testemunha, se falte com a verdade”, afirmou, informando que a presidência da comissão vai utilizar os mecanismos que o inquérito policial dispõe para isso.


Para Randolfe, a CPI não pode cair na “cilada” das provocações, da intimidação e do tumulto. “Não podemos perder a serenidade nesta reta final’, avisou.


Antes do início da reunião, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), falou com jornalistas sobre os fatos que levaram a comissão a convocar o empresário Luciano Hang para depor.


Omar afirmou que não tem intenção de pedir a prisão de Hang, até porque espera que, como cidadão brasileiro, o empresário possa contribuir com a CPI. Segundo Omar, o fato de Hang não ter procurado obter um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) pode ser uma indicação de que ele esteja disposto a dizer a verdade.


“Agora é impossível saber o que vai acontecer daqui a 10 minutos”, afirmou Omar.




Convocação

A convocação de Hang dividiu opiniões na CPI. Para Renan Calheiros, “a presença desse senhor nesta CPI é mais do que recomendável”. Jorginho Mello (PL-SC) votou contra a convocação e considerou “revoltante” a CPI “desrespeitar a memória da mãe do empresário” e pôr em dúvida “seu amor de filho”.


O senador Marcos Rogério (DEM-RO) considerou “lamentável” a exposição pública das informações do prontuário de Regina Hang, “cobertas pelo sigilo, em proteção à intimidade do paciente”.


Para Jean Paul Prates (PT-RN), por sua vez, Luciano Hang foi “desumano”, pois “não respeitou nem a própria mãe para defender o governo: deixou que a Prevent Senior falsificasse a causa da morte dela, ocultando a Covid-19”.


Quem é Luciano Hang

Defensor do presidente Jair Bolsonaro, o empresário Luciano Hang perdeu sua mãe durante a pandemia de Covid-19. Apesar de ter dito que ela não havia tomado medicamentos sem eficácia comprovada que integram o chamado “tratamento precoce” ou “kit covid”, o prontuário do hospital Sancta Maggiore aponta que ela recebeu tais remédios, como hidroxicloroquina e azitromicina.


 


 

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