Governo envia ao Congresso projeto de lei para consolidar a volta do voto de qualidade no Carf

O governo federal enviou nesta sexta-feira (5) para o Congresso Nacional um projeto de lei para tratar das mudanças no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). O texto trata da volta do chamado voto de qualidade e reforça alguns parâmetros para que os contribuintes mantenham “conformidade tributária”, como regularidade cadastral e exatidão das informações prestadas nas declarações.


O voto de qualidade garante, na prática, a vitória da Receita Federal em caso de empates nos julgamentos do Carf. Ele foi extinto em 2020 e voltou a vigorar em janeiro, após um medida provisória do governo federal. O Executivo busca agora a aprovação definitiva da medida no Congresso.


Inicialmente, o governo tinha enviado uma MP sobre o mesmo assunto, que determinava o desempate a favor da Receita nos julgamentos do Carf. O texto — que tinha alidade imediata, mas precisava da aprovação dos parlamentares – enfrentava resistência de parlamentares. PP e Republicanos chegaram a entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal para que ela deixasse de valer.




O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, chegou a afirmar que o governo tinha acertado acordo com o Congresso para a instalação de comissões para a apreciação dos conteúdos de quatro MPs, entre elas a do Carf. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também endossou a decisão, afirmando que a mudança no Carf estaria entre os textos prioritários que continuaria como MP e teria comissão instalada.


Diferente do que foi anunciado quando o Governo desistiu da MP, não houve pedido de urgência para votação do projeto de lei.


A decisão de enviar um projeto de lei, no entanto, atendeu a um pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O rito das MPs tem sido motivo de queda de braço entre Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), justamente pela prerrogativa de iniciar o debate. Enquanto o chefe da Câmara quer o rito excepcional adotado na pandemia de coronavírus, quando os textos sempre começavam pela Câmara, a quem também cabia dar a palavra final, Pacheco quer a manutenção do entendimento constitucional de que as MPs começam a serem votadas por comissões mistas, com relatorias alternadas entre senadores e deputados.


OCDE

Na semana passada, o Ministério da Fazenda divulgou uma carta da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com tom favorável ao voto de qualidade.


A entidade conhecida como “clube dos países ricos” também criticou a composição do Carf, que conta com representantes do setor privado no processo de tomada de decisão. A OCDE argumenta que não há paralelo em outros países.


O órgão brasileiro conta com quatro representantes da Fazenda Nacional e quatro representantes dos contribuintes. O que o governo defende é que os representantes da Fazenda Nacional, em caso de empate, terão o voto de qualidade – ou seja, decisão favorável ao Fisco.

Veja também

Bradesco espera que negociação com Americanas termine em junho

NEGÓCIOS

Bradesco espera que negociação com Americanas termine em junho

Lucro líquido da Eletrobras despenca 85%, para R$ 406 milhões

NEGÓCIOS

Lucro líquido da Eletrobras despenca 85%, para R$ 406 milhões


Waiting..

Breaking News Breaking News

Learn More →