Primeiros indicados do governo Lula ao Banco Central passam por sabatina no Senado nesta terça (4)

Os dois primeiros nomeados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à cúpula do Banco Central passam por sabatina no Senado nesta terça-feira (4). Gabriel Galípolo deixou a Secretária-Executiva da Fazenda para assumir o posto de diretor de política monetária, enquanto Ailton Aquino dos Santos, servidor de carreira do BC, deve assumir a diretoria de fiscalização.


Após a avaliação dos senadores na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), os dois nomes serão encaminhados para votação em plenário. A expectativa do governo é pela aprovação de ambos, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já indicando apoio aos dois nomes.


Galípolo foi indicado para substituir o ex-diretor Bruno Serra Fernandes. Já Ailton Aquino vai substituir Paulo Sérgio Neves de Souza na diretoria de Fiscalização do BC.


O Comitê de Política Monetária (Copom) – que decide a taxa de juros da economia a cada 45 dias – é formado por oito diretores e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ou seja, os indicados pelo governo Lula devem estar na próxima decisão, que ocorrerá no dia 2 de agosto – momento que já foi sinalizado possível corte na Selic.


Além disso, ao assumir a diretoria de política monetária, Gabriel Galípolo terá destaque em direcionar o debate técnico sobre a Selic, mas cada membro do Comitê tem autonomia na votação – que tem seguido uma trajetória de unanimidade nas últimas decisões sobre o rumo da Selic.

 




A última divergência de votos ocorreu em setembro de 2022. Os diretores Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais) e Renato Gomes (Sistema Financeiro) votaram pela elevação de 0,25 pontos percentuais, enquanto a maioria decidiu pela manutenção da taxa de 13,75%, na época. Mais recentemente, o Copom também ficou dividido, mas em relação à indicação de possível corte de juros em agosto.


Autonomia

Na gestão de Bolsonaro, foi aprovada a autonomia da autoridade monetária, que estabelece mandatos fixos de quatro anos para os diretores e o presidente, com possibilidade de recondução. Isso impediu que Lula substituísse o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, que foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Veja a atual composição:


Roberto Campos Neto – Presidente do BC – com mandato até dezembro de 2024;


Paulo Sérgio Neves de Souza – Diretor de Fiscalização – com mandato finalizado em fevereiro de 2023 e prorrogado até nova indicação;


Fernanda Magalhães Rumenos Guardado – Diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos – com mandato até dezembro de 2023;


Maurício Costa de Moura – Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta – com mandato até dezembro de 2023;


Carolina de Assis Barros – Diretora de Administração – com mandato até dezembro de 2024;


Otávio Ribeiro Damaso – Diretor de Regulação – com mandato até dezembro de 2024;


Diogo Abry Guillén – Diretor de Política Econômica e acumulado também a diretoria de Política Monetária até nova nomeação – com mandato até dezembro de 2025;


Renato Dias de Brito Gomes – Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução – com mandato até dezembro de 2025.

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