Com o retorno das atividades legislativas batendo a porta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve avançar nas tratativas para consolidar sua reforma ministerial. No início da próxima semana, o chefe do Executivo federal deverá se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para tentar avançar nas costuras. Os líderes do Partido Progressista e Republicanos na Casa Baixa também devem ser ouvidos.
Lira tem reclamado da demora do governo em definir quais serão os ministérios entregues aos partidos. A principal queixa é em relação à dificuldade dos petistas em ceder espaços. Nos bastidores, já são dadas como certas as indicações dos deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para a Esplanada dos Ministérios. O que estará na mesa de negociações é quais os postos que eles irão ocupar.
Para o Governo Federal, acertar as alterações na volta dos trabalhos legislativos é estratégico. Isso porque o movimento de troca no governo visa aumentar a base de apoio ao Planalto no Congresso. O Executivo busca mais estabilidade em votações no 2º semestre, em especial de pautas econômicas, como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal.
Mudanças cogitadas
Atualmente, alguns desenhos são avaliados pelo Palácio do Planalto. Em um deles, a proposta é dividir o Ministério do Desenvolvimento Social em duas pastas: uma para cuidar do Social e outra, do Combate à Fome, com o Bolsa Família. A pasta Social iria para André Fufuca. Outra alternativa seria transferir o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), para o Ministério da Indústria e Comércio (MDIC), hoje comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que ficaria sem pasta. Portos e Aeroportos iria para o progressista.
Para acomodar o Republicanos, uma das possibilidades é criar o cargo de Autoridade Olímpica para a atual ministra do Esporte, Ana Moser, liberando o comando da pasta para Silvio Costa Filho. O Ministério da Ciência e Tecnologia é outra opção, com a transferência da atual titular da pasta Luciana Santos para o Ministério dos Direitos Humanos ou das Mulheres, e dar o atual cargo dela para o Centrão.
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