Governistas pedem a convocação do hacker Delgatti para prestar depoimento na CPI do 8 de janeiro

Parlamentares da base do governo querem convocar o hacker Walter Delgatti na Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de janeiro. Quatro pedidos para ouvir Delgatti foram apresentados ao colegiado nesta quarta-feira (2) e há uma expectativa de que os pedidos possam ser votados já nessa quinta-feira (3). A votação, no entanto, ainda deve ser decidida pelo presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA), em uma reunião antes do início da sessão.




Caso seja convocado, a defesa de Delgatti afirmou que ele comparecerá “com certeza”. Alvo de um mandado de prisão preventiva nesta quarta-feira, Delgatti relatou à Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro lhe perguntou se era possível invadir a urna eletrônica. O questionamento teria sido feito pelo então presidente no Palácio do Alvorada em um encontro ocorrido em agosto de 2022, conforme o depoimento de Delgatti.


Delgatti e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) são os dois principais investigados da operação. A parlamentar foi alvo de mandados de busca e apreensão, enquanto Delgatti foi preso preventivamente.


—Zambelli trouxe o hacker para o interior do golpe com aval de Bolsonaro, por isso quero convoca-lo à CPI—afirmou o deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos autores dos pedidos de convocação


Além dele, há ainda pedido do deputado Duarte Junior (PSB-MA), de Jandira Feghali (PcdoB-RJ) e um da relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).


“A oitiva do Walter Delgatti Netto, conhecido como “hacker de Araraquara”, poderá auxiliar esta Comissão a esclarecer como a deputada Carla Zambelli atuou de modo a questionar a legitimidade do sistema eleitoral brasileiro nas eleições de 2022. O depoimento nos parece fundamental para a investigação dos fatos desta Comissão de Inquérito”, escreveu a relatora no pedido.


Duarte Junior justifica o pedido dizendo que um dos eixos de investigação da CPI é a apuração dos possíveis incitadores dos atos golpistas, que não se limitaram apenas ao dia 8 de janeiro. “Foram desencadeados a partir do resultado das eleições, resultando em uma escalada de violência e ações que culminaram com a invasão dos prédios dos três poderes da República”, diz o deputado.


Conhecido por hackear o celular de autoridades da Operação Lava Jato, Delgatti contou à PF que Carla Zambelli passou a contatá-lo, “pois queria que ele invadisse a urna eletrônica ou qualquer sistema da Justiça brasileira para demonstrar a fragilidade do sistema judicial pátrio”.

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