A montadora BYD (Build Your Dreams, do inglês construa seus sonhos), a marca de automóveis mais vendida da China, viu seus lucros triplicarem no primeiro semestre. A empresa reportou um ganho líquido de 10,95 bilhões de yuans (US$ 1,5 bilhão), um aumento de 204,7% em relação ao ano anterior.
A empresa, que acaba de lançar a pedra fundamental de uma nova fábrica no Brasil, na Bahia, registrou seu melhor trimestre de abril a junho, vendendo 700.244 veículos, incluindo os totalmente elétricos e os híbridos plug-in, superando a Tesla, empresa do bilionário Elon Musk, que entregou no período 466.140 carros em todo o mundo.
As ações da empresa, listadas em Hong Kong, subiram até 6,5%, o maior ganho intradiário desde o início de março.
A montadora, que tem sua sede na cidade de Shenzhen e tem entre seus investidores a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, conseguiu consolidar sua liderança no maior mercado automotivo do mundo em meio a uma guerra de preços e mesmo diante da desaceleração da economia chinesa.
O sólido desempenho financeiro da BYD ajudará a empresa a manter firme sua estratégia preferida para ganhar mercados: cortar os preços dos modelos recém-lançados. No fim de semana, a BYD apresentou uma linha ligeiramente mais barata de veículos Tang 2023 no Salão do Automóvel de Chengdu.
Investimentos no Brasil
No mês passado, a BYD anunciou investimento de R$ 3 bilhões para operar três fábricas no complexo de Camaçari, situado a 50 quilômetros de Salvador, na Bahia.
Uma das unidades será dedicada à produção de chassis para ônibus e caminhões elétricos. A segunda planta vai produzir automóveis híbridos e elétricos, com capacidade estimada em 150 mil unidades ao ano na primeira fase, podendo chegar a 300 mil unidades.
A BYD pretende montar o Dolphin, carro elétrico que chegou ao mercado brasileiro, importado da China, por R$ 149.800. Outros modelos também devem produzidos na Bahia, entre eles o utilitário, eT3, o Han, D1, Song, Yuan, Seagull e o Tan.
A terceira unidade, voltada ao processamento de lítio e ferro fosfato, atenderá o mercado externo e vai utilizar a estrutura portuária existente no local.
O início da operação está previsto para o segundo semestre de 2024. A expectativa é que a BYD passe a produzir nas instalações onde funcionava a fábrica da Ford, que deixou de fabricar veículos no país em 2021.
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