Bolsonaro usou ONU para propagar mentiras sobre meio ambiente e Covid-19 e fazer campanha; relembre

Crítico da globalização, dos acordos bilaterais e com um chanceler que se orgulhava de tornar o Brasil um “pária” internacional, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi figura ativa nas no principal encontro anual da ONU. Seus discursos — e sua presença em Nova York, sede da entidade — foram marcados, contudo, por críticas à entidade, divulgação de mentiras e uso da Assembleia Geral como palanque eleitoral no ano passado.


Em 2019, primeiro ano de seu governo, o ex-presidente disse que estava na ONU para “apresentar um novo Brasil”, que segundo ele, estava “à beira do socialismo”, embora tenha herdado o governo de Michel Temer, um político de centro. Para o mundo, contudo, o que mais chamou a atenção foi a fala negacionista ambiental.


“Uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da Humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do mundo” disse Bolsonaro, sem provas e contrariando o consenso global.


Na edição de 2020, que aconteceu de forma virtual por causa da pandemia, Bolsonaro disse que o Brasil era é “vítima” de uma campanha “brutal” de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal, que a floresta amazônica é úmid; a e só pega fogo nas bordas e que os responsáveis pelas queimadas “são o ‘índio’ e o ‘caboclo’”, novamente sem provas.




Em 2021, novamente na maior cidade americana, Bolsonaro fez discurso radical e repleto de mentiras. Desta vez, ele se destacou pelo negacionismo na área de saúde, após fazer um governo que evitou medidas protetivas para a Covid-19 e ter atrasado a compra de vacinas pelo Brasil. O então presidente defendeu nesta edição da Assembleia Geral da ONU o tratamento precoce contra a Covid-19 — cuja ineficácia é comprovada —, criticou o passaporte sanitário. Além disso, citou dados distorcidos sobre o desmatamento, que cresce em seu governo , e fez alegações infundadas sobre o enfrentamento da pandemia.


No ano passado, atrás das pesquisas e a menos de um mês do primeiro turno, Bolsonaro usou o discurso de Nova York como palanque eleitoral. Em uma viagem sem reuniões bilaterais relevantes, Bolsonaro usou seu discurso para atacar seu então oponente na disputa, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, relembrando escândalos de corrupção de governos do partido e afirmando que “o responsável por isso foi condenado em três instâncias”. Mas a viagem de Bolsonaro foi marcada por uma série de projeções contra o político em monumentos turísticos e grandes prédios de Nova York, com críticas por sua atuação ambiental.

Veja também

Quem foi Bertha Lutz, pioneira na luta pelos direitos da mulher citada por Lula em discurso na ONU

ONU

Quem foi Bertha Lutz, pioneira na luta pelos direitos da mulher citada por Lula em discurso na ONU

Lula cobra ajuda de ricos para clima e pobreza e diz que guerra escancara "incapacidade coletiva"

Lula cobra ajuda de ricos para clima e pobreza e diz que guerra escancara “incapacidade coletiva”


Waiting..

Breaking News Breaking News

Learn More →