Após um arrefecimento no esforço de convencer o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, a concorrer ao Palácio das Princesas, cresce, agora, no PSB, um movimento silencioso com objetivo de apresentar um nome da bancada federal para concorrer a governador. Aparecem cotados para a missão, por exemplo, Danilo Cabral e Tadeu Alencar.
As articulações são uma reação de uma ala do partido à hipótese de outro técnico ser alçado à condição de candidato. As costuras se dão no âmbito da Câmara Federal e contam com a simpatia de parlamentares de outros partidos da Frente Popular que discordam da alternativa José Neto, secretário da Casa Civil, para disputar a sucessão de Paulo Câmara.
A bolsa de apostas cresceu em torno de José Neto nessa última semana, como a coluna cantara a pedra, após a ausência de Geraldo Julio no 15º Congresso Estadual do partido no último domingo. Uma parte dos correligionários entendeu que, ali, o jogo foi zerado. Por mais que o ex-prefeito do Recife viesse negando que concorreria a governador, ainda pairava dúvida se essa decisão era mesmo irreversível. O detalhe é que não é só no ninho socialista que as lideranças resistem a um técnico como opção.
No PT, paira entendimento semelhante. O partido realiza, neste domingo (19), reunião deliberativa do diretório estadual. E, na pauta, entre outras coisas, deve constar a sugestão do nome do senador Humberto Costa para concorrer ao Governo do Estado.
Petistas avaliam que o partido, pelos quadros que acumula, pela força do ex-presidente Lula, precisa ter posição de protagonismo na construção. A ideia inicial é defender que o nome de Humberto, ao menos, seja levado em consideração no debate. A iniciativa se dá também quando o PSB já parece figurar sem nome natural mais no páreo, uma vez que os próprios socialistas já sinalizam que o ciclo de Geraldo se fechou. A lógica não é gerar ruído, mas propor que os quadros do PT sejam levados em conta.
A reunião dos petistas se dá uma semana após o PSB deliberar, no congresso estadual, que encabeçará a chapa majoritária em qualquer circunstância. Tanto no PSB, como no PT, o argumento que embasa as articulações é o mesmo: avalia-se que o nome que vai concorrer à sucessão de Paulo Câmara precisa ter “lastro político”.
PT quer comissão para ausculta
A reunião do diretório estadual do PT no domingo deve ter, entre os tópicos da pauta, a criação de uma comissão, cuja tarefa será ouvir os demais partidos da Frente Popular sobre 2022. A ideia é procurar, inclusive, o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes. Os petistas querem saber o que os aliados estão pensando e qual a proposta deles.
Propostas > Também deve sair da reunião do diretório estadual do PT a proposta de criação de um programa de governo, independente de o partido ter candidatura majoritária. A lógica é apresentar um material à Frente Popular para que possa ser avaliado.
Lastro > Na ala do PSB que resiste a um nome técnico, alguns argumentos listados dão conta do seguinte: “não há mais cabimento para nome técnico”, “não há espaço para filiação improvisada”, “não cabe o partido ser barriga de aluguel, tendo tantos e tão bons quadros”. José Neto não é filiado.
Por Cadoca > O último projeto do ano, aprovado na Câmara dos Deputados, é de autoria do deputado federal Tadeu Alencar e foi relatado pelo deputado Wolney Queiroz. Ele determina denominar de Carlos Eduardo Cadoca a sala onde funciona a Comissão de Turismo da Casa.