PF faz nova operação contra grupo miliciano e prende mulher de deputado baiano

A Polícia Federal realizou uma nova operação nesta terça-feira (9) contra um grupo miliciano sediado no município baiano de Feira de Santana. Junto a Receita Federal, o Ministério Público Estadual e órgãos da policial civil deflagraram a operação Hybris, com objetivo é desarticular organização criminosa especializada na lavagem de capitais advindos de jogo do bicho, agiotagem, extorsão, receptação qualificada.


Foram cumpridos 1 mandado prisão preventiva, 17 mandados de busca e apreensão, bloqueio de aproximadamente R$ 4 milhões das contas bancárias dos investigados, além da suspensão de funções públicas de 5 policiais militares e a suspensão de atividades econômicas de uma empresa, em cumprimento à decisão expedida pelo Juízo da 1º Vara Criminal de Feira de Santana.


Participaram da operação cerca de 200 policiais federais e estaduais, além de 13 Auditores Fiscais e Analistas Tributários da Receita Federal.




O caso em investigação é um desdobramento da operação El Patrón, deflagrada dia 7/12/2023, a qual efetuou 10 mandados de prisão preventiva, 33 mandados de busca e apreensão, bloqueio de mais de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas.


É importante frisar que uma das pessoas investigadas foi beneficiada, em dezembro, com a prisão domiciliar e, com o aprofundamento das investigações, evidenciou-se a imprescindibilidade do seu retorno à prisão, o que foi acatado pelo Poder Judiciário.


Segundo foi apurado, o chefe da organização criminosa atualmente é detentor de foro por prerrogativa de função e, assim, faz-se necessário esclarecer que, desde 2018, o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que parlamentares serão processados e julgados pela justiça de primeiro grau em caso cometimento de crimes antes da diplomação do cargo e desconexo a ele.


A Receita Federal, em cumprimento à ordem judicial, produziu relatórios apontando inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, assim como a propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro.


Nessa nova fase da operação, verificou-se a participação de outros cinco policiais militares do estado da Bahia, inclusive de um tenente-coronel, os quais integrariam o braço armado do grupo miliciano, cujas atribuições seriam de fazer a segurança das variadas atividades ilícitas desenvolvidas pela organização, além de ocultarem a propriedade de bens e dissimularem valores angariados em decorrência de infrações penais.


A deflagração da operação contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (Gaeco).


A investigação continuará para apuração de eventuais outros envolvidos. Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão.


Em dezembro do ano passado, o grupo miliciano sediado no município baiano de Feira de Santana é alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira. O líder do grupo criminoso é um parlamentar da Bahia, segundo a corporação. Trata-se do deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, o Binho Galinha (Patriota). O parlamentar foi alvo de um mandado de busca e apreensão.


“Segundo foi apurado, o chefe da organização atualmente é detentor de foro por prerrogativa de função e, com isso, faz-se necessário esclarecer que, desde 2018, o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que parlamentares serão processados e julgados pela justiça de primeiro grau em caso cometimento de crimes antes da diplomação do cargo e desconexo a ele”, informou a PF.


Ao todo, a PF cumpre dez mandados de prisão preventiva, 33 mandados de busca e apreensão, bloqueio de mais de R$ 700 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas.


De acordo com a PF, a organização criminosa investigada na Operação El Patron pratica lavagem de dinheiro obtido no jogo do bicho, agiotagem, extorsão, receptação qualificada, entre outros crimes.


Entre os investigados há três policiais militares baianos. Eles integrariam o braço armado do grupo miliciano e seriam responsáveis por “efetuar cobranças, mediante violência e grave ameaça, de valores indevidos oriundos de jogos ilícitos e empréstimos a juros excessivos”. Procurada pelo GLOBO, a Polícia Militar da Bahia ainda não se manfiestou.

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