Problemas de saúde mental afetam um em cada sete crianças e adolescentes, diz ONU

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News

A cada sete crianças e adolescentes entre 10 a 19 anos, uma é afetada por problemas de saúde mental, com ansiedade, depressão e transtornos comportamentais entre os mais comuns, de acordo com um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgado na quarta-feira (9). 

Além disso, um terço dos problemas de saúde mental surge antes dos 14 anos, e metade, antes dos 18 anos.

Publicado antes do Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado anualmente em 10 de outubro, o relatório busca apoiar a transformação dos serviços de saúde mental para crianças e adolescentes.

Ela ressalta a importância da ação precoce como ingrediente essencial para permitir que crianças e jovens realizem todo o seu potencial.

Inacessibilidade dos serviços de saúde mental

Apesar da necessidade de ação, os serviços continuam em grande parte inacessíveis. A maioria dos jovens que apresentam sintomas preocupantes de saúde mental não consegue ter acesso a cuidados devido a barreiras sistêmicas, como baixa disponibilidade de serviços, custos inacessíveis e estigma que os impede de buscar ajuda.

Criança observa edifício destruído por bombardeio russo na Ucrânia (Foto: Unicef)

Além disso, embora o financiamento público e os recursos humanos para serviços sejam baixos em todo o mundo em geral, aqueles destinados a crianças e adolescentes são particularmente indisponíveis, sobretudo em países de baixa e média renda. 

“Devemos tomar medidas para garantir que intervenções baseadas em evidências e adequadas à idade estejam disponíveis e sejam acessíveis para todos”, disse Dévora Kestel, diretora de saúde mental, saúde cerebral e uso de substâncias da OMS.

“Cada país, independentemente das suas circunstâncias, pode fazer algo para melhorar significativamente a saúde mental das suas crianças , jovens e das suas famílias”, acrescentou. 

Modelo baseado na comunidade

O relatório estipula que apoiar a saúde mental de crianças e adolescentes deve ser um esforço coletivo. Embora não haja um único modelo melhor, ele fornece exemplos de todo o mundo que mostram o que pode ser alcançado em diferentes cenários.

“A saúde mental e o bem-estar de crianças, adolescentes e suas famílias não podem ser abordados isoladamente. Devemos integrar sistemas de saúde, educação, proteção social e apoio comunitário para construir uma rede abrangente de serviços de saúde mental para jovens”, disse Fouzia Shafique, diretora associada de saúde do Unicef.

O relatório também chama a atenção para os milhões de crianças com problemas de saúde mental em todo o mundo que estão institucionalizadas, apesar de terem famílias existentes, argumentando que essa prática viola seus direitos humanos e leva a resultados sociais e de saúde precários.

Eliminação gradual dos cuidados institucionais

O documento pede a eliminação gradual dos cuidados institucionais em favor de serviços comunitários que permitam que as crianças cresçam em suas famílias e comunidades, garantindo a continuidade de sua educação, relacionamentos sociais e desenvolvimento geral.

“É nossa responsabilidade coletiva priorizar a saúde mental deles como parte do bem-estar geral da criança e do adolescente”, disse Shafique.


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