Em meio à greve e falta de caixa, Boeing cortará 10% dos funcionários e atrasará novo avião

A Boeing planeja cortar 10% da sua força de trabalho em resposta à crise que a fabricante de aviões enfrenta devido a uma prolongada greve de trabalhadores e a uma crescente escassez de caixa.


Os cortes incluirão executivos, diretores e funcionários, disse o diretor-executivo Kelly Ortberg em memorando aos empregados. A Boeing encerrará o ano com 171 mil funcionários.




“Nossos negócios estão em uma posição difícil, e é difícil dimensionar os desafios que enfrentamos juntos”, disse Ortberg.


A empresa espera registrar receitas de US$ 17,8 bilhões no terceiro trimestre e uma perda por ação de US$ 9,97, segundo números preliminares. As saídas de fluxo de caixa estão em US$ 1,3 bilhão, deixando a Boeing com US$ 10,5 bilhões em caixa e investimentos em valores mobiliários negociáveis ao final do trimestre, disse a empresa. Os números completos serão divulgados em 23 de outubro.


Negociações com sindicatos

A empresa também está trabalhando para retomar suas negociações com os sindicatos. A Boeing fez duas ofertas de aumento salarial, ambas rejeitadas pelos trabalhadores.


Cerca de 33 mil funcionários em suas fábricas na área de Seattle estão em greve há um mês, afetando a produção e esgotando as reservas da Boeing.


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As últimas negociações fracassaram esta semana, sem clareza sobre quando e como serão retomadas.


A Boeing já implementou uma série de cortes de custos. A empresa suspendeu algumas vagas de trabalho, congelou contratações e reduziu as viagens corporativas.


As ações da Boeing caíram 1,5% após o horário regular de negociações nesta sexta-feira, em Nova York. As ações despencaram 42% este ano até o fechamento.

Atraso na entrega de aeronave

Ortberg também disse que a empresa notificou os clientes que as primeiras entregas do 777X ocorrerão apenas em 2026, devido à greve e à pausa nos testes de voo. Em agosto, a Boeing anunciou que suspendeu os testes após descobrir fissuras em um componente-chave que conecta os motores da aeronave às asas.


A empresa já sofreu atrasos na obtenção da certificação da Administração Federal de Aviação (FAA). O atraso tanto na versão da aeronave de passageiros quanto na de carga – agora previsto para 2028 – representará um encargo de US$ 2,6 bilhões antes de impostos, segundo a Boeing.


No total, a divisão de aviões comerciais terá um encargo de US$ 3 bilhões antes de impostos, em parte devido ao atraso nos programas do 767. O setor de defesa e espaço terá um encargo de US$ 2 bilhões antes de impostos, informou a Boeing.

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