Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) minimizaram eventuais impacto da vitória de Donald Trump para presidência dos Estados Unidos na política brasileira.
A eleição do norte-americano foi comemorada por aliados de Jair Bolsonaro, que veem um fortalecimento da direita brasileira para 2026.
Integrantes da Corte ouvidos de forma reservada pelo GLOBO dizem entender que a escolha americana por Trump reforça o poder das “big techs”, uma vez que um de seus principais aliados é o bilionário Elon Musk, dono da rede social X.
Esses magistrados, contudo, não acreditam haverá consequências para o cenário nacional. Um ministro é categórico ao afirmar que a vitória de Trump não muda “absolutamente nada” para Bolsonaro e seus aliados que são alvo de investigações na Corte.
Nos últimos meses, Musk desafiou a Justiça brasileira ao descumprir ordens para a retirada de conteúdos considerados irregulares no X, mas recuou após seguidas multas e bloqueio da plataforma no país.
Outro ministro vê uma melhora “no psicológico” de bolsonaristas após a derrota eleitoral de 2022, mas também não crê em desdobramentos para além de eventuais rearranjos nas relações entre Brasil e Estados Unidos.
A relação entre Bolsonaro e Trump foi marcada por proximidade e alinhamento nos últimos anos, com ambos os líderes criticando o sistema eleitoral de seus países. Durante a pandemia de covid-19,os dois também se uniram nas críticas às medidas de isolamento, e adotam um discurso antiglobalista.
Antes da sessão de julgamentos desta quarta-feira os ministros fizeram piada sobre a possibilidade de terem o visto americano cancelado. A informação é da Folha de S. Paulo.
Em setembro, um grupo integrado por quatro deputados e um senador norte-americanos, do partido Republicano, o mesmo de Trump, encaminhou uma solicitação de revogação das permissões de entrada no país a todos os magistrados do STF ao Secretário de Estado americano, Antony Blinken.
Na carta encaminhada a Blinken, o grupo chamava Alexandre de Moraes de “ditador totalitário” e diziam que os demais membros do Supremo eram “cúmplices destas práticas antidemocráticas”.
Na época, o documento falava sobre o inconformismo com a decisão de Moraes de suspender o X, de Elon Musk, uma punição determinada judicialmente após a negativa de suspensão de perfis da plataforma.
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