O maior investimento do Tribunal de Contas de Pernambuco (TJPE) hoje – excetuando-se a atividade fim, que é a mão de obra de juízes(as), desembargadores(as) e servidores(as) -, é em Tecnologia da Informação (TI). O esclarecimento é do presidente da instituição, desembargador Ricardo Paes Barreto, que reuniu a imprensa no final da manhã desta quarta-feira (18), para apresentar o balanço das ações da Corte em 2024.
“Nossa TI é muito grande, muito eficiente, mas, por mais que a gente invista, a tecnologia se atualiza muito rápido. Então, os equipamentos e tecnologias que temos vão ficando muito obsoletos. Precisamos sempre investir, inclusive em segurança cibernética porque nossas informações preciosas são em nuvens, em backups que precisam de segurança”, disse Paes Barreto.
De acordo com o desembargador, os ataques aos sistemas do TJPE variam de dez a 15 por dia. Para otimizar e melhorar os serviços, o Tribunal, que já tem investido nessa área, promoverá, em 2025, um projeto de transformação digital para melhoria da prestação de serviços à população e aos operadores de direito com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A instituição financeira aprovou, este mês, um empréstimo de US$ 32,8 milhões (quase R$ 199 milhões).
“Esse investimento deve ser feito em tecnologia e criança e adolescente, mas fortemente em tecnologia, e vamos, então, com isso incrementar ainda mais tudo que for necessário no parque tecnológico para que a gente tenha, ao final, uma resposta mais rápida do processo. Lembro sempre: a atividade fim do Judiciário é julgar os processos, dar o direito de cada um o mais rápido possível, com segurança, mas só poderemos fazer com o uso da tecnologia”, detalhou.
Cinco áreas
Para fazer o balanço das ações do TJPE, o presidente as dividiu em quatro áreas: gestão, sociedade, humanização, tecnologia e ações sociais e sustentabilidade. Em gestão, o desembargador destacou o Selo Diamante concedido ao TJPE pelo Programa Nacional de Transparência Pública e o Selo Prata de Qualidade do CNJ. Para este ano, a intenção é conquistar o selo ouro. Para isso, o TJPE já vem tomando algumas iniciativas.
Ricardo Paes Barreto também disse que entre as medidas para a redução de recursos este ano, esteve a devolução de vários imóveis alugados, o que representou uma economia de mais de R$ 1 milhão ao longo de 2024. “Queremos chegar ao ano que vem com cerca de R$ 5 milhões com economia, baixando os custos com alugueis como um todo”, disse.
Já com os horários unificados, o TJPE reduziu também despesas em energia, em consumo de água e de material de expediente. “Quanto maior o expediente, maior consumo há. Só com essas medidas, nós economizamos de 10% a 20% no que diz respeito a esses custos de operação”, destacou.
Juizado de Verão
Entre os novos serviços que passam a ser oferecidos neste final, aproximando ainda mais o TJPE da população está o itinerante Juizado do Verão, que estreia no dia 27 deste mês e se estende até o final da estação. Atenderá todo o litoral pernambucano, envolvendo o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Marinha, os Bombeiros, a Polícia Militar e a Civil.
O raio abrange uma sede em São José da Coroa Grande, uma em Tamandaré, uma em Porto de Galinhas e a última em Itamacará, que ficará responsavél pelo Litoral Norte. O serviço funcionará de quinta a domingo, com serviço também pelo WhatsApp, para que as pessoas, onde estiverem, possam telefonar, e a equipe ir socorrê-las, seja qual for o tipo de abuso.
“Se for crimes comuns, vai para o plantão, mas aquilo que possa ser resolvido pelo Juizado será resolvido, como abuso de som, barulho da vizinhança. Não queremos atrapalhar o veraneio de ninguém, queremos respeito e responsabilidade. Na pior das hipoteses, a gente minimizar muito os efeitos desses abusos que são cometidos”, esclareceu.
Veja também
RIO DE JANEIRO
Carlos Bolsonaro ignora viúva de Marielle Franco durante cerimônia de diplomação de eleitos
JUSTIÇA