Advogado de Bolsonaro contesta áudio e diz que presidente não mantém contato com Milton Ribeiro

O advogado Frederick Wassef, que defende o presidente Jair Bolsonaro, afirmou nesta sexta-feira que Bolsonaro não mantém contato com o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e que ele não recebeu informações privilegiadas sobre o caso que levou à prisão de Ribeiro. Wassef minimizou o áudio em que o ex-ministro relata que o presidente lhe disse que tinha um “pressentimento” de que ele seria alvo de uma operação de busca e apreensão e disse que é Ribeiro que precisa explicar a fala.


Horas após a divulgação do áudio, e sem Bolsonaro e nenhum outro membro do governo ter comentado o caso, Wassef foi até o Palácio do Planalto para falar com a imprensa e rebater as suspeitas de que Bolsonaro teve acesso antecipado à investigação. A entrevista coletiva improvisada foi realizada no estacionamento do Palácio do Planalto. O advogado criticou o vazamento dos áudios e evitou comentar seu conteúdo.


Wassef afirmou, no entanto, que Bolsonaro não tem “acesso a nenhum tipo de informação privilegiada”:


— O presidente não tem nenhuma informação sobre nenhuma investigação. Isto é um crime. O que estão perguntando é se o presidente faz crime. Não, o presidente Bolsonaro é vítima de crimes. Não comete crimes, não tem acesso a nenhum tipo de informação privilegiada, não interfere na Polícia Federal.

 




Questionado sobre o áudio de Ribeiro, o advogado disse também que Bolsonaro e o ex-ministro “não mantém contato”


— Não existe nada entre o presidente e o ex-ministro, eles não têm contato, eles não se falam. O presidente cuida do Brasil. Ele não é advogado e nada tem que ver com seu ex-ministro e (com) investigações contra seu ex-ministro.


Para Wassef, o ex-ministro precisa explicar porque “usou o nome” de Bolsonaro “sem o seu conhecimento”.


— Se o ex-ministro usou o nome do presidente Bolsonaro, usou sem seu conhecimento, sem sua autorização, ele que responda. Compete ao ex-ministro se explicar o que ele fala.


Milton Ribeiro foi preso na quarta-feira, por suspeitas de participação em um esquema de corrupção no Ministério da Educação. O ex-ministro foi liberado na quinta-feira, por decisão do Tribunal Regional Federação da 1ª Região (TRF-1).


Nesta sexta-feira, o Ministério Público Federal apontou suspeitas de vazamento e de interferência indevida de Bolsonaro no inquérito e solicitou a remessa do caso ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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