O comandante da Força Aérea (FAB), brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, afirmou, nesta segunda-feira (23) que a Aeronáutica decidiu reduzir a encomenda do cargueiro militar KC 390 à Embraer. O objetivo é comprar 15 aeronaves.
O contrato inicial previa a fabricação de 28 aeronaves, no valor de R$ 7,2 bilhões. No início deste ano, em uma queda de braço com a empresa, a FAB reduziu, unilateralmente, o número de unidades para 22. Na ocasião, a Embraer prometeu medida jurídicas, mas acabou fechando o acordo.
“O problema é a imprevisibilidade orçamentária. Não temos como arcar com isso no curto prazo”, disse o brigadeiro, durante café com jornalistas.
Além de falta de recursos no Orçamento, a FAB quer priorizar a aviação da caça (F-39 Gripen), fabricado pela Saab, em parceria com a Embraer com transferência de tecnologia.
Baptista Júnior antecipou que além das 36 aeronaves de caça já contratadas, a Aeronáutica quer mais quatro e iniciará negociações para fazer pedido de mais 26.
A pretensão da FAB é ter um quantitativo suficiente de caças para serem distribuídos em duas bases aéreas. Hoje, a aeronave está sediada na Base de Anapólis.
A FAB já recebeu dois modelos, mais dois estão previstos para setembro e outros dois chegarão em dezembro, segundo o Brigadeiro.
Em outro embate com a Embraer, a Aeronáutica comunicou que vai declinar de dois memorandos, envolvendo a fabricação de veículo não tripulado.
“Essa não é uma boa notícia, mas não temos como segurar esses projetos”, disse o brigadeiro.
Procurada, a Embraer não comentou esta tentativa de redução de contrato, relembrando apenas o que está ainda em vigor. “Em relação à questão contratual com a Força Aérea Brasileira (FAB) envolvendo o avião multimissão KC-390, a Embraer informa que possui contrato com a FAB para o fornecimento de 22 unidades”, informou, em nota.
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