O ajudante de ordem de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, fez uma segunda tentativa de liberar as joias de R$16,5 milhões recebidas pelo ex-presidente do governo da Arábia Saudita e que foram confiscadas pela Receita Federal. Segundo matéria publicada no site UOL, um servidor da da Secretaria Especial de Administração da Presidência da República afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que o militar e o então chefe da Receita Federal, Júlio Cesar Vieira Gomes, ligaram para o órgão pedido a liberação das peças.
De acordo com o depoimento de Clóvis Félix Curado Júnior, as ligações aconteceram no dia 30 de dezembro, dois dias antes de Bolsonaro deixar a Presidência da República. O servidor contou ter sido infirmado por Mauro Cid que para liberar as joias seria necessário um pedido da Secretaria Especial de Administração da Presidência. O tenente-coronel, então, pediu que a requisição fosse feita.
“Recebeu uma ligação na manhã do dia 30/12/2022, logo nas primeiras horas do dia (antes das 09:00h, se não se engana), primeiramente do ten cel Mauro Cid, Chefe da Ajudância de Ordens do Presidente da República, e depois do Secretário Especial da Receita Federal Júlio César, esclarecendo que havia joias retidas pela Receita Federal do Brasil, as quais teriam sido trazidas pelo Ministro de Minas e Energia em viagem oficial há um ano, ou seja, desde 2021”, diz o texto do depoimento.
Em resposta, o servidor informou que o pedido não poderia ser feiro apenas por telefone e que era necessário oficializar a solicitação para que ela fosse analisada internamente pela secretaria. Depois disso, Mauro Cid e Júlio Cesar Vieira Gomes não deram prosseguimento à demanda.
Esta foi a segunda tentativa de Mauro Cid reaver as joias. Em uma primeira investida, no dia 29 de dezembro, o tenente-coronel enviou o primeiro-sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, um funcionário da Presidência ao aeroporto de Guarulhos para negociar a liberação das peças. O emissário tinha, inclusive, um ofício assinado pelo tenente-coronel Mauro Cid, solicitando a liberação e chega ao falar com ele por telefone, ao ter o pedido recusado. Foi nesse momento que os militares foram informados da necessidade de uma solicitação da Secretaria Especial de Administração da Presidência da República.
O estojo confiscado pela Receita Federal tinha joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. Nele, continham um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamante. As joias entraram no Brasil na mochila de um militar, assessor do então ministro Bento Albuquerque. O titular das Minas e Energia voltava, na ocasião, de uma viagem pelo Oriente Médio. Ainda de acordo com o jornal, ao saber que as joias haviam sido apreendidas pela Receita, Albuquerque retornou à área da alfândega e tentou, ele próprio, retirar os itens, informando que se trataria de um presente pessoal para Michelle.
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