Após pressão do governo, Pacheco adia sessão do Congresso e leitura de CPMI

Apesar da mobilização da oposição, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adiou a abertura da CPMI do 8 de janeiro para o dia 26 de abril. A decisão ocorre após forte pressão do governo, que conseguiu reunir a maioria das lideranças do Congresso para barrar a sessão.


— Houve um arbitramento do Congresso para fazer uma sessão na quarta que vem para a gente analisar todos os vetos, todos os projetos e fazer a leitura do requerimento— disse Pacheco —O direito da minoria será garantido.




O governo teme que a investigação atrapalhe o andamento da pauta econômica. A expectativa é que o arcabouço fiscal seja entregue ainda hoje ao Congresso.


Além disso, o governo usou como argumento a falta de previsão orçamentária para garantir o piso salarial da enfermagem.


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve assinar o pedido de abertura de crédito para o piso da enfermagem ainda hoje e enviar ao Congresso, que precisa votar o pedido. Dessa forma, não teria tempo hábil para discussão da matéria e distribuição de relatoria.


—É um dos itens que mais tem mobilizado a sociedade—, disse o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sobre a proposta.


Segundo Randolfe, não haverá impedimento da parte do governo para a leitura da abertura da CPMI na próxima sessão.


O adiamento da sessão foi decidido depois de uma reunião de quase duas horas, com um “debate exaustivo”, segundo o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RR).


Durante a reunião, um grupo de deputados da oposição, liderados por Coronel Chrisóstomo (PL-RO), Bia Kicis (PL-DF) e Nikolas Ferreira (PL-MG), “invadiu” a reunião de lideranças do Congresso presidida por Pacheco, pedindo a abertura da CPMI.


Marinho disse que o pedido do governo de adiar a abertura foi feito para tentar retirar assinaturas de apoio ao pedido.


Pelo regimento interno, Pacheco deveria ler o pedido que cria a CPMI, uma vez que o requerimento já possui o número de assinaturas necessárias — 171 deputados e 27 senadores.


—É claramente uma manobra do governo que quer aproveitar o tempo pra tentar retirar assinaturas— disse Marinho.


O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), negou e disse que não há motivo para o governo temer a investigação, embora não acredite que ela seja necessária.


Arcabouço


Pacheco disse também nesta terça-feira que espera que a proposta do arcabouço fiscal seja analisada rapidamente.


—Expectativa de uma tramitação célere. É muito importante ter o acabou o fiscal aprovado para equilíbrio das contas públicas—disse Pacheco.

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