Após vídeo de presidente viralizar, vice-governadora de SC diz que imagens são “tendenciosas”

A vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr, divulgou, neste domingo (26), imagens de outro ângulo do momento em que o presidente Jair Bolsonaro diz “fica para trás, meu Deus do Céu”. Ela defende que o pedido não foi para ela e, segundo ela, o novo vídeo “demonstra de forma muito clara o que aconteceu”.


Mais cedo, viralizaram, nas redes sociais, imagens do presidente repreendendo uma pessoa que teria tentado chegar perto dele e do empresário Luciano Hang enquanto ambos eram saudados por moradores de Balneário de Camboriú no último sábado. Pelas primeiras imagens, a bronca parecia ser destinada à vice-governadora de SC, Daniela Reinehr.


Em outro ângulo, porém, a frase parece ter sido direcionada ao ex-secretário da Pesca, Jorge Seif, quando ele tentou pegar a mão do presidente.


Procurada pelo G1, Daniela reafirmou que Seif, na tentativa de se aproximar do presidente, “foi alertado que não seria hora de fazê-lo, pelo próprio presidente”.




“Editar vídeos com versões tendenciosas para distorcer fatos não faz parte da agenda de trabalho”, afirmou, em nota, a assessoria da vice-governadora.


Seif confirmou que tentou pegar mão de Bolsonaro e que a recusa ocorreu para evitar possíveis denúncias de pré-campanha antecipada. Segundo o político, Bolsonaro já havia alertado aos apoiadores que o evento era de cunho religioso e não político.


Daniela é pré-candidata à deputada federal. Já Seif deve concorrer ao Senado. Além deles, o senador Jorginho Mello, que é pré-candidato ao Governo de Santa Catarina, também participou do evento.


“Ele [Bolsonaro], na verdade só falou ‘chegum pra trás vocês’. Ele não deu a mão nem pra mim, nem pra Daniela, nem pra o Jorginho Mello e pediu para nós nos afastarmos”, afirmou.


De acordo com o membro da Comissão Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Catarina (OAB/SC) e especialista no tema, Paulo Fretta, o argumento de evitar um possível denúncia de campanha eleitoral antecipada é plausível, já que pré-candidatos não podem exercer atos de governo


“Como eles estavam ali na figura de pré-candidatos, misturá-los com a figura do presidente poderia trazer algum tipo de interpretação duvidosa. Então, talvez, por isso o presidente optou por deixá-los para trás”, exemplicou Fretta.


A propaganda eleitoral só é autorizada a partir do dia 15 de agosto. Por enquanto, pré-canditados podem participar de eventos públicos desde que não façam pedidos explícitos de voto.

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