Relatório divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Unodc (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) afirma que cerca de US$ 1,7 trilhão circulam no mercado de apostas ilegais no esporte anualmente. O documento também analisa a manipulação de resultado em competições esportivas e o envolvimento do crime organizado nessas delitos.
De acordo com o relatório, a definição de apostas ilegais e seus limites jurídicos impõe contradições. Por isso, o Unodc destaca especialmente casos em que os operadores registrados fazem transações com países em que a prática não é permitida e, no caso mais grave, em que todo o processo não respeita normas legais.
O Unodc avalia que a globalização, o grande fluxo de dinheiro, o crescimento das apostas esportivas legais e avanços tecnológicos estão fazendo com que o mercado seja mais atraente para redes criminosas.
O relatório destaca iniciativas implementadas para conter o problema e inclui um manual com considerações de políticas concretas, tanto para governos como para organizações esportivas.
Diversos países de língua portuguesa foram citados pela implementação de códigos de conduta e ética no setor. O Brasil, que recebeu dois eventos esportivos internacionais na última década, a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016, também é mencionado. Segundo o relatório, o país adotou legislações para lidar com risco de corrupção em aquisições e governança corporativa.
Também foram realizadas ações para fortalecer o acesso público a informação e para conter o crime organizado, aumentando as penalidades para obstrução da justiça e outras sanções criminais contra indivíduos que lideram ou financiar organizações criminosas.
De acordo com a agência da ONU, o estudo revela uma “escala, manifestação e complexidade assombrosas da corrupção e do crime organizado no esporte em níveis global, regional e nacional”.
O texto observa que a corrupção no esporte não é um fenômeno novo, existindo desde os antigos Jogos Olímpicos. No entanto, os resultados apontam para um “aumento substancial” nas últimas duas décadas.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News