As gerações X, Y e Z no mercado de trabalho e como cada uma delas se comporta; entenda

Uma geração se refere a um conjunto de pessoas que nascem em uma mesma época cujo contexto histórico impactam nos comportamentos, costumes e valores em relação à evolução. Quando o assunto é o mercado de trabalho, os tipos de gerações têm influenciado cada vez mais nos recrutamentos e seleções. Isso acontece porque cada uma delas tem suas particularidades, que vão agradar ou não o empregador.


De todas as gerações, as mais atuantes no mercado hoje são a X, que se refere aos nascidos entre 1965 e 1981; a Y, também chamada de millennial, que diz respeito aos nascidos entre 1981 e 1994; e a Z, ou iGeneration, que são os nascidos entre 1995 e 2010. Quando o tema é contratação, não existe uma melhor do que a outra. Tudo depende do perfil da empresa, do tipo de vaga, se o trabalho é mais braçal ou intelectual, se o regime é presencial ou home office etc. 

Mesmo assim, não é tão simples fazer essa escolha. Quando a vaga pode ser ocupada tanto por uma geração quanto por a outra, por exemplo, qual a saída para o recrutador não cometer um equívoco na seleção?  

“É um desafio para os recrutadores, porque são três perfil bem diferentes. A geração X, que é a dos nossos pais e, em alguns casos, dos nossos avós, valoriza a estabilidade, a segurança. Passar vinte anos dentro de uma mesma empresa era motivo de orgulho para eles. Já a Y busca certa estabilidade, mas precisa ter um propósito no ambiente de trabalho. Quando não o encontra mais, sai”, lembra a supervisora de carreiras da UNIT-PE, Karina Paz.

Para a psicóloga, a geração Z é ainda mais inquieta. “São autossuficientes, buscam autonomia, querem ganhar dinheiro rápido. Quando algo não está dando certo, já mudam logo para outra coisa. Alguns até param para pensar, talvez pela influência dos pais ou dos profissionais que trabalham com eles, mas a maioria tem esse lado instável”, afirma ela, lembrando que a geração Z tem que ser cativada para permanecer no emprego, pois aquilo para ela precisa fazer um sentido muito mais completo do que para a geração Y. 

Geração X

É senso comum entre os pesquisadores que os colaboradores da geração X são leais, dedicados, experientes e dão grande valor ao trabalho e às metas da empresa. Além disso, é uma geração que tenta equilibrar vida profissional e vida pessoal, um pouco menos que os seus antecessores (os baby boomers, nascidas entre 1945 e 1964) e um pouco mais que os seus sucessores (os millenials). 

Outra característica deste grupo é o foco em garantir estabilidade financeira para si próprios e para suas famílias. É uma geração mais individualista e competitiva, que valoriza a flexibilidade e a aprendizagem colaborativa. No Brasil, a Geração X representa mais de 55 milhões de pessoas, o que corresponde a 26% da população.

Geração Y

Já os profissionais da geração Y costumam ter a autoestima mais elevada e isso os empodera na hora de enfrentar hierarquias e outras posições de poder dentro da empresa. Geralmente também gostam de flexibilidade, podendo não ser muito ligados a burocracia, rotinas e até mesmo ao uso de uniformes dentro empresa. 

Por outro lado, por ser uma geração que já pegou a transição do analógico para o digital, costuma sofrer com problemas de ansiedade e depressão – mais que a geração X e menos que a geração Z. 

Às vezes estigmatizada de egoísta, a geração Y consegue se unir por conta de interesses em comum que não necessariamente estão atrelados a causas próprias, mas, sim, a questões globais maiores relacionadas à política, à sustentabilidade, ao protagonismo feminino, entre outros. São muito ligados a valores.


Geração Z

Os profissionais da geração Z, a iGeneration, vistos pelos especialistas como os futuros chefes da geração Y, nasceram num mundo já digitalizado, com computadores, celulares e internet. São nativos digitais, ou seja, usam as plataformas digitais com a mesma naturalidade que outras gerações usavam um livro. Também são críticos, dinâmicos, cooperativos e bastante exigentes.

“Eles gostam de um ambiente de trabalho mais informal, mais dinâmico. É a geração que gosta do home office, que não quer sair de casa para ganhar dinheiro. Aquela coisa de vestir a camisa da empresa, que nossos pais, que a geração Y tem, não é tão importante para geração Z”, esclarece Karina.


Mesmo possuindo algumas semelhanças, os profissionais das três gerações apresentam características, linguagens e comportamentos únicos, e são esses comportamentos que contam mais na hora da seleção. A forma como pensam, vestem-se, o modo de se expressar, a velocidade com que realizam determinadas tarefas e a intensidade com a qual desejam algo são apenas alguns pontos que mostram as diferenças entre elas.  

Felipe Lemos, da Ekosolar, diz que na empresa dele o que conta para a promoção não é a idade ou o tempo de serviço do colaborador, mas o que ele entrega     Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco



A Ekosolar, empresa especializada em instalação de sistema fotovoltaico, tem sete anos de atividades e um quadro de 24 funcionários.  O diretor comercial da empresa, Felipe Lemos, embora defenda a ideia da mistura das gerações no ambiente corporativo e cumpra isso à risca, diz que, das três gerações, identifica-se mais com a Z.

“É uma geração que tem mais alinhamento com o que a gente quer. Não pela idade, mas pelo que eles entregam. A gente pede uma coisa, eles querem fazer mais”, justificou. O executivo, no entanto, faz uma ressalva. “Como são jovens, têm menos ‘vícios’ (pela pouca experiência), mas é preciso selecionar bem, porque é uma geração muito apressada. Às vezes, querem entrar na empresa pensando que em duas semanas já serão promovidos. Por isso, nossa seleção é bem cuidadosa”, explica.

Felipe considera que o ambiente corporativo para ser saudável deve contemplar todas as gerações. O funcionário mais velho da empresa dele, que é do Departamento Comercial, tem 60 anos. A defesa da diversidade de gerações dentro da Ekosolar já vem da fundação da empresa, que tem como sócios Felipe, 34 anos, e o pai dele, Edmundo Araújo, 73 anos.

“Aqui na empresa, o que conta para promoção não é a idade do funcionário ou o tempo de serviço, é o que ele entrega, é meritocracia. Quando alguém questiona porque está aqui há muito tempo e não foi promovido enquanto outro que chegou a menos tempo já virou líder de equipe, por exemplo, eu digo que aqui não é quartel em que se promove por tempo de serviço”, explica ele.

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