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O Republicanos, que integra a base de apoio do atual governo e que esteve coligado a Jair Bolsonaro na eleição, fez um aceno ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A sigla anunciou a disposição de dialogar e colaborar no Congresso com o petista. O movimento da legenda se deu por meio de uma nota divulgada pela bancada do partido no Congresso.
O aceno coincide com a formalização pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), do ingresso de 74 parlamentares de 12 partidos na equipe de transição, abrindo as portas do governo provisório a siglas que podem dar sustentação a Lula no Parlamento a partir do próximo ano.
Já são 103 congressistas, entre membros da atual legislatura e recém-eleitos, incorporados aos grupos de trabalho da equipe de transição de Lula. As cadeiras da transição estão sendo utilizadas para compor alianças capazes de garantir governabilidade ao próximo presidente da República.
O PT, no entanto, é o partido com o maior número de integrantes no governo provisório, o que tem causado o descontentamento de outras siglas que negociam com os petistas. O aceno do Republicanos, que conta com uma bancada de 41 deputados, torna-se um gesto importante para o PT, já que, agora, o grande desafio de Lula e seus aliados é atrair ao menos uma parte dos partidos que estão com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
A nota do Republicanos afirma que o partido decidiu adotar posição de independência ao futuro governo, mas “sem se negar ao diálogo e à colaboração”. A legenda, no mesmo comunicado, aproveita para reforçar o apoio à reeleição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Ligado à Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, o Republicanos, conta com quadros que são bolsonaristas ferrenhos, como a ex-ministra do atual governo e senadora eleita Damares Alves; o vice-presidente e senador eleito, Hamilton Mourão (RS); e governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Mesmo assim, o partido informou que a decisão foi unânime. No entanto, como apurou o jornal O Globo, integrantes da legenda que são fiéis a Bolsonaro queriam que o Republicanos assumisse abertamente a oposição ao presidente eleito, uma delas foi Damares.
Marcos Pereira, presidente da sigla, entretanto, mantém canal aberto com algumas das principais lideranças petistas, como a presidente do PT. Registre-se, ainda, que petistas e republicanos já caminharam juntos. José de Alencar, que foi vice-presidente de Lula nos primeiros mandatos do petista, por exemplo, foi filiado ao PRB, nome antigo do Republicanos.
O mesmo partido também ocupou ministérios nas gestões petistas, como o da Pesca e dos Esportes, no governo de Dilma Rousseff. Em 2016, entretanto, foi o primeiro da base do governo a romper com Dilma e entregar os cargos na administração pública. A sigla mudou de nome há três. A finalidade apagar a aliança com a esquerda e se reafirmar como partido conservador.
A nota do Republicanos foi vista com bons olhos pelos aliados de Lula, já que ameniza o impacto da oposição partir de 2023.
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