A prisão preventiva do ex-ministro da Educação e pastor presbiteriano Milton Ribeiro, em operação da Polícia Federal deflagrada nesta quarta-feira, repercutiu mal entre os integrantes da bancada evangélica. Até agora, os líderes religiosos evitaram sair em defesa de Ribeiro e reconheceram que a ação representa uma mancha para o segmento, apesar de a considerarem um fato isolado.
O coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) classificou a operação como “lamentável”, mas a citou como prova de que o governo Bolsonaro não tolera a corrupção.
– Lamentável, mas necessária para demonstrar que o atual governo não vai tolerar nenhuma prática ilícita, seja de quem for. Que sirva de exemplo para quem quer que seja, neste governo tudo é investigado e punido rapidamente – afirmou o parlamentar.
Ele também relembrou que desde que estourou o escândalo do MEC, em março, defendeu o afastamento e a investigação sobre a gestão de Ribeiro. E que, caso fosse considerado culpado, ele deveria ser “exemplarmente punido ao rigor da lei”.
O deputado Marco Feliciano (PL-SP), que também faz parte da diretoria da Frente, afirmou que “hoje é um dia muito triste para a Igreja Evangélica de vertente Pentecostal”. – Nos resta apenas aguardar os desdobramentos – afirmou ele em suas redes sociais. Como pastor itinerante, Feliciano já foi próximo do pastor Gilmar Santos, que foi alvo de mandados de buscas e apreensão nesta quarta-feira.
A operação desta quarta-feira foi autorizada pela 15ª Vara Federal do Distrito Federal e apura crimes como corrupção e tráfico de influência durante a gestão de Milton Ribeiro. A investigação teve início no Supremo Tribunal Federal, mas foi enviada à primeira instância depois que Ribeiro deixou o cargo de ministro da Educação do governo Bolsonaro.
No total, são cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e cinco prisões preventivas nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal, além de medidas cautelares como a proibição do contato entre os investigados. Até o final da manhã, todas as cinco prisões foram efetivadas.
O prédio do MEC foi um dos locais de buscas em Brasília. Em nota, a pasta afirmou que vai colaborar com as investigações e que o governo federal “não compactua com qualquer ato irregular”.
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