Iniciado em 1996, o processo de liquidação extrajudicial do Banco Banorte S/A por parte do Banco Central do Brasil está em fase de encerramento. Fundado em 1942, o Banorte – uma instituição legitimamente pernambucana – chegou a ter mais de 80 agências em diversos pontos do território nacional e quase três mil funcionários. Com dificuldades advindas de uma onda negativa de desconfiança dos clientes – após a quebra do Banco Econômico – e também por causa dos efeitos do Plano Real, o Banorte vinha, na época, negociando uma fusão com o então Banco Bandeirantes. No entanto, no dia 24 de maio daquele ano, antes da fusão, o Banco Central decretou a intervenção na instituição pernambucana e, no dia seguinte, um sábado, o interventor já nomeado vendeu os principais ativos do banco ao Bandeirantes.
Precursor da automação – Na segunda-feira seguinte, toda a operação do Banorte já estava sob o comando do Bandeirantes – que, depois, foi adquirido pelo Unibanco. Em 2008, o Itaú e o Unibanco anunciaram a sua fusão.
O “Amigo na Praça” – como ficou conhecido o Banorte por causa de suas campanhas publicitárias – foi o precursor da automação bancária com seus terminais de autoatendimento. Em 1964, recebeu o primeiro computador da IBM no Brasil. Pioneiro no investimento em tecnologia e automação, o banco chegou a ser um fornecedor de sistemas para os maiores bancos do País.
Controle da nova empresa – Com o encerramento da liquidação extrajudicial por parte do BC após 25 anos, haverá mudança do regime para liquidação ordinária e a nova empresa ficará, novamente, sob a responsabilidade da família Baptista da Silva – controladora do banco – que fará a gestão dos ativos a partir de agora.
Em 12 de outubro de 1942, Manoel Mendes Baptista da Silva tomou a decisão de fundar o Banorte diante da proibição de empresas financiarem atividades produtivas. Na época, o empresário financiava a produção de cana-de-açúcar e recebia o pagamento com açúcar. O produto era então comercializado no mercado internacional. Em 1962, com a morte de Manoel, seu filho, Jorge Baptista da Silva, assumiu a direção do banco e do Cotonifício da Torre, também de propriedade da família e que deu origem ao bairro com mesmo nome. Baptista da Silva faleceu em 30 de setembro de 2014.
Veja também
Economia
Comissão do Senado pode votar nesta terça projeto que regulamenta as criptomoedas
Economia