“Batida forte” e “saiu muito sangue”: relatos sobre a queda de Lula que gerou hematoma

A queda sofrida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no banheiro do Palácio da Alvorada em 19 de outubro foi “uma batida forte” e derramou “muito sangue”, segundo relatos dele. O acidente doméstico há quase dois meses levou Lula a uma cirurgia na cabeça na madrugada desta terça-feira para a drenagem de um hematoma.


O presidente contou sobre os detalhes da queda no mês passado. Ele relatou que, na hora, pensou que a queda causaria danos mais graves.


— Cortei e lixei (as unhas) sentado num banquinho que sempre sentei. (…) Quando fui guardar o estojo, ao invés de mexer com o banco, mexi só com o corpo. Eu achei que tinha rachado o cérebro, que era uma coisa muito mais grave. A batida mexeu com o cérebro, estou fazendo ressonância magnética a cada três dias — disse, em entrevista aos senadores Jorge Kajuru e Leila Barros.

 




A queda aconteceu após ele cortar e lixar as unhas, sentado em um pequeno banco de cerca de um metro de altura, quando ele se virava para guardar o estojo com o cortador e a lixa de unha na gaveta.


— Estou tomando remédios para prevenção. Os médicos me disseram que vai precisar de 20, até 30 dias, para saber os efeitos que a batida causou. Então só posso dizer que a batida foi muito forte — declarou.


Com a queda, Lula teve um “ferimento corto-contuso em região occipital”, o que significa um corte na parte de trás da cabeça. Nessa região está o osso occipital, que se articula com a coluna vertebral, e o lobo occipital, que fica na parte posterior do cérebro. Ele é o responsável pelo processamento visual, com percepção de cor e de profundidade. Uma lesão grave nesta área pode fazer com que o paciente fique cego ou não reconheça objetos, por exemplo.


Na época, ele levou cinco pontos na cabeça e foi liberado do hospital. Nos dias posteriores, fez uma série de exames. Chegou a ficar impedido de viajar de avião, mas foi liberado no começo de novembro.


Na madrugada desta terça-feira, ele precisou passar por uma cirurgia para drenar um hematoma, após sentir dores na região machucada pelo acidente e ser submetido a um exame de imagem no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. De acordo com boletim médico, a ressonância mostrou uma hemorragia intracraniana, e o procedimento para tratá-la transcorreu sem intercorrências.


Ainda segundo o boletim médico, Lula esteve na unidade de Brasília na noite de segunda com dor de cabeça. “Ressonância magnética mostrou hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em 19/10”, afirma o hospital.


Em seguida, o presidente foi transferido para a unidade de São Paulo do Sírio-Libanês, “onde foi submetido à craniotomia para drenagem de hematoma”. “A cirurgia transcorreu sem intercorrências. No momento, o Presidente encontra-se bem, sob monitorização em leito de UTI”, afirma o boletim.


A craniotomia consiste na retirada temporária de uma parte do osso do crânio para acessar o cérebro.

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