Bolsonaro lamenta falta de acordo sobre tarifa comum em cúpula virtual do Mercosul

O presidente Jair Bolsonaro lamentou a falta de acordo para a redução da tarifa externa comum (TEC) do Mercosul neste semestre em que o Brasil ocupou a presidência temporária do bloco. Em cúpula virtual nesta sexta-feira (17), motivada tanto por questões sanitárias quanto por instabilidades políticas, o presidente admitiu que essa era a principal meta do país.


“Lamentamos que não tenhamos podido lograr acordo sobre este tema neste semestre, a despeito dos esforços realizados pelo Brasil, como a nossa disposição em aceitar redução inferior àquela que planejávamos inicialmente”afirmou Bolsonaro.


A redução da TEC é um antigo desejo do Brasil, quer pretende abrir mais sua economia e, com isso, ajudar a controlar a inflação. Em outubro, o país chegou a firmar acordo com a Argentina para a redução em 10% da tarifa, mas não foi possível fechar o acordo com Paraguai e Uruguai.




O ministro de Relações Exteriores, Carlos França, que trabalhou na articulação do acordo com a Argentina, afirmou que a revisão da TEC deve ser objetivo prioritário do bloco:


“Apesar de grande esforço, não foi possível alcançar acordos sobre a revisão da tarifa externa comum que deve permanecer com o objetivo prioritário e incontornável para a modernização do Mercosul“.


A presidência pro-tempore do bloco será assumida pelo Paraguai, que comandará as negociações do Mercosul no próximo semestre. O presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, ressaltou que a revisão da TEC será prioridade em sua gestão:


“Na presidência pro-tempore que assumimos hoje, vamos desenvolver uma agenda dinâmica, pró-ativa, e nesse contexto terá prioridade o processo de revisão da Tarifa Externa Comum, em que já alcançamos uma importante convergência de posições nos últimos meses.


Foi o Brasil que decidiu transformar a cúpula do Mercosul em evento virtual. Como o GLOBO mostrou, a principal motivação para o cancelamento do encontro presencial dos presidentes foi a Ômicron, a nova variante do coronavírus.


Mas a situação atual do bloco é de tensões políticas e econômicas entre os sócios, potencializadas pela viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina.

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