Braskem reestrutura diretorias e demite oito executivos para buscar mais eficiência

Dois dias depois de publicar um fato relevante informando ao mercado possível mudança em funções e estruturas da companhia, a nova direção da Braskem, líder na produção de plástico nas Américas, anunciou uma profunda reestruturação na noite de quarta-feira. Oito dos 12 diretores foram demitidos pelo novo diretor-presidente da companhia, Roberto Prisco Ramos, que assumiu oficialmente o posto no último dia 1 de dezembro. Prisco atuou na Novonor (antiga Odebrecht) e já tinha sido vice-presidente da própria Braskem.


Segundo pessoas com conhecimento das mudanças, trata-se de uma tentativa de “arrumar a casa”, já qure a empresa tem debilidades de caixa devido a um ciclo de sobreoferta do setor petroquímico e aos acordos fechados com os ministérios públicos, defensorias e prefeitura de Alagoas que somam R$ 14 bilhões para reparar os danos causados a moradores e comerciantes de bairros de Maceió pela extração de sal-gema.

 




Num comunicado que circulou internamente na Braskem, ao qual O GLOBO teve acesso, Prisco (que havia deixado a empresa em 2010) explicou que após 14 anos está de volta com o desafio de liderar a Braskem num ciclo de baixa do setor. Por isso, a decisão foi por ‘agilidade’ para garantir a eficiência operacional da empresa, gestão de custos, e prioridade nos projetos essenciais. O objetivo, disse o presidente da Braskem, é garantir a geração de caixa.


Novos executivos

O número de vice-presidências foi reduzido de 12 para nove, com o objetivo de enxugar custos. As vice-presidências de negócios nos Estados Unidos e na Europa e Ásia foram unificadas e ficarão sob o comando de Walmir Soller.


A vice-presidências de manufatura e operações, olefinas & poliolefinas, e vinílicos e especialidades foram reunidas na área de negócios América do Sul. Esse núcleo será comandando por Stefan Lepecki, hoje CEO do complexo petroquímico da empresa no México, a Idesa.


Já a presidência da Braskem Idesa será ocupada por Isabel Figueiredo, que estava à frente da vice-presidência de vinílicos. Para a vice-presidência de finanças, estratégia e relações institucionais, foi indicado Felipe Jens, enquanto na área de pessoas, marketing e comunicação, Marcelo Arantes ficará como responsável. Para a vice-presidência jurídica e de governança corporativa, o indicado foi Geraldo Vilaça Netto.


Também haverá troca na vice-presidência de investimentos e tecnologia, mas o nome ainda não foi escolhido. A vice-presidência de conformidade será ocupada por Nir Lander.


A vice-presidência de inovação, tecnologia e desenvolvimento sustentável continuará sendo tocada por Antonio Queiroz. As novas nomeações terão que ser arpovadas pelo Conselho de Adminuistração, na reunião do próximo dia 13.


Deixam a empresa os executivos Marcelo Cerqueira, Edison Terra, Mark Nikolich, Marcelo Arantes, Pedro Freitas, Cristiana Lapa, Carlos Travassos e Everson Bassinello.


Venda continua no radar

As mudanças, entretanto, não modificam os planos da Novonor de vender o controle. A Petrobras é a segunda maior acionista da Braskem. A Novonor detém 50,1% do capital votante da Braskem, enquanto a Petrobras possui 47%. O restante das ações está com acionistas minoritários.


Depois de tentativas frutradas de venda, um novo modelo começou a ser desenhado. A estratégia envolve agora a criação de um fundo de private equity (de participações acionárias) para abrigar um novo investidor, de acordo com fontes ligadas às negociações envolvendo bancos credores da construtora, que entrou em recuperação judicial após ser alvo da Operação Lava-Jato.

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