Cid Gomes diz que “clima no PDT está azedo, odiento e passional”, mas nega intenção de deixar sigla

O senador Cid Gomes (PDT-CE) disse nesta segunda-feira que não vai reconhecer a intervenção nacional do PDT sobre o diretório do Ceará. Após sair de uma reunião na sede do PDT, em Brasília, o senador classificou o clima no partido como “azedo, odiento e passional”. Apesar disso, ele negou que vai sair da legenda.


O parlamentar trava uma queda de braço com o irmão, o ex-ministro Ciro Gomes por influência da sigla no estado. Enquanto Ciro quer manter o deputado André Figueiredo como presidente do diretório, Cid deseja assumir o cargo. O motivo da disputa é uma tentativa de aliança com o PT. Cid deseja estar junto com o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já Ciro é contra.


O senador disse que deseja permanecer no partido e negou coversas para se filiar ao PSD ou Podemos.


–Nunca manifestei a ninguém, nunca procurei ninguém. Disseram que eu tinha procurado o Kassab (presidente do PSD), depois disseram que eu ia para o Podemos, tudo para nos indispor, a mim e um grupo que eu estou instado a representar. Não tenho vaidade de ser presidente, não achem que isso para mim é um troféu.

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De acordo com o congressista, ele ficou calado sobre a divergência durante a eleição de 2022 por conta da relação familiar com Ciro.


– Tive um gesto de respeito à fraternidade, que eu não queria por fim com o Ciro. Em respeito a isso, me recolhi, achando que depois as coisas (iam melhorar), mas infelizmente não é o que houve, cada vez mais azedo, cada vez mais odiento, cada vez mais passional está o clima no PDT.


Mais cedo, a cúpula nacional PDT decidiu, com 7 votos favoráveis e três abstenções, promover uma intervenção no diretório estadual do Ceará. A decisão, com voto de Ciro, foi usada como justificativa para que a cúpula do PDT em Brasília chame para si a gestão do partido no estado até dezembro deste ano, quando se encerra o atual mandato no diretório.


A legenda está sob o comando nacional interino de André Figueiredo, aliado próximo de Ciro e contra a aliança com o PT desejada por Cid.


O senador declarou que o dispositivo aprovada pelo PDT não dá margem para intervenção no diretório estadual e que isso só poderia ser feito em casos de “uma infração de gravidade extrema”. O parlamentar disse que a intenção é reunir o PDT cearense para elegê-lo como novo presidente na próxima sexta-feira.


– Tudo que eu digo é para esclarecer a verdade. Ou eu estou mentindo ou alguém está mentindo. A verdade não pode estar com dois.


Cid Gomes também disse que a ala do PDT contra a aliança com o PT é minoritária. Ele lembrou o resultado ruim do partido, que ficou em terceiro lugar na eleição para governador que foi vencida por Elmano de Freitas (PT).


–São essas forças que querem refazer uma aliança com o PT, que é uma aliança de 20 anos no Ceará e que foi desfeita agora nessas eleições. Nem o resultado da eleição foi capaz de fazer que esse segmento mais radical do partido compreendesse o equívoco estratégico, o erro histórico que fizeram.

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