A investigação conduzida pela Câmara Legislativa do Distrito Federal sobre os ataques golpistas do dia 8 de janeiro virou local privilegiado para parlamentares da oposição se prepararem para a investigação do Congresso.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), por exemplo, já procurou os aliados da câmara distrital para falar sobre estratégias e trocar experiências. A ex-ministra dos Direitos Humanos vai usar o material reunido pelos deputados para fazer uma “lição de casa”.
— Vou trazer tudo pelas notas taquigráficas e colocar a equipe técnica para se debruçar — disse a senadora ao Globo.
Um dos depoimentos que Damares quer ver com lupa é o do coronel da Polícia Militar Jorge Eduardo Naime, que chefiava o departamento operacional da corporação em 8 de janeiro, durante os ataques terroristas aos três Poderes.
Ao ser ouvido pelos deputados distritais, no dia 16 de março, Naime afirmou ter sido convocado para participar da remoção dos golpistas da Esplanada dos Ministérios quando estava de folga. Ele disse ainda que militares do Exército dificultaram a ação da PM e chegaram a tentar impedir a corporação de entrar nos prédios invadidos.
Naime foi o terceiro depoente da CPI do DF, que já ouviu sete pessoas sobre o 8 de janeiro. O colegiado também tentou receber o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres. A oitiva iria acontecer de forma fechada, sem presença da imprensa ou transmissão pela internet, mas foi adiada e depois cancelada.
PT ainda não recorreu ao grupo
Apesar da comissão regional ser presidida por um petista, o deputado distrital Chico Vigilante, ele ainda não foi procurado pelos colegas de partido, mas diz que está à disposição de todos.
— Estou disponibilizando tudo o que nós apuramos no site. Ainda ninguém me procurou, mas, se não for maluco, estou à disposição — disse Vigilante ao Globo.
A CPI também já reuniu uma série de informações e fez pedidos de quebra de sigilos telefônico e bancário, inclusive de Torres, e os alertas da Abin feitos à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
— Espero que no Congresso eles tenham capacidade de fazer como aqui, onde não estou permitindo que vire palanque de ninguém — afirmou o presidente da comissão.
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