De volta à cena, Eike Batista apresenta o projeto de desenvolvimento da “cana celulose”

Após retomar a participação em entrevistas, com destaque para os podcasts, o empresário Eike Batista ensaiou nesta sexta-feira mais uma volta aos áureos tempos das apresentações empolgadas sobre seus negócios.


Em participação no 23º Fórum Empresarial, promovido pelo grupo Lide num hotel em Copacabana, na zona sul do Rio, Eike subiu ao palco e descreveu um de seus projetos recentes, o desenvolvimento da “cana celulose”.




– Estou nisso há nove anos, desde 2015 – disse Eike à plateia de empresários, após ser apresentado pelo ex-ministro Fernando Furlan, da família fundadora da Sadia, que integrou o ministério do primeiro governo Lula, e disse que a presença “desse moço” no evento era “um resgate”.


Antes de tratar da “cana celulose”, o ex-bilionário apresentou seus mais conhecidos projetos, vendidos em meio à crise que levou várias de suas empresas à falência, em meio a acusações de manipulação de mercado e corrupção, envolvido nas investigações da Operação Lava Jato.


Eike tratou de projetos como a produção de gás na Amazônia, hoje sob controle da Eneva, e dos portos do Sudeste, em Itaguaí (RJ), e do Açu, em São João da Barra, litoral norte fluminense.


O empresário disse que o Porto do Açu ultrapassará o Porto de Santos como o maior do país até 2030 e, por mais de uma ocasião, se referiu ao empreendimento como se ainda fosse dele – em meio a crise, Eike vendeu a empresa dona do porto para o fundo americano EIG, hoje dona da Prumo Logística, que toca o projeto.


Na apresentação sobre a “cana celulose”, Eike disse que o projeto de desenvolvimento tecnológico com melhoramento genético, será possível produzir uma planta capaz de produzir, em média e ao longo de dez anos, 180 toneladas por hectare, ante as 78 toneladas por hectare atualmente produzidos, na média, pelo setor sucroenergético nacional.


Com isso, segundo Eike, seria possível de duas a três vezes mais etanol e de sete a dez vezes mais bagaço.


O empresário disse ainda que o projeto prevê o maior aproveitamento dos resíduos da produção de açúcar e etanol.


O bagaço da nova variante de cana produzida por ele seria capaz de servir de insumo para o papel, no lugar do eucalipto como principal fonte da celulose, além de plástico e roupas.


Eike garantiu que o atual modelo do setor no país, que usa o bagaço de cana em pequenas usinas termelétricas para abastecer as usinas e fornecer eletricidade para a rede nacional, é um desperdício.


– O Brasil com a biomassa que tem, em vez de queimar (para produzir eletricidade) a US$ 20, poderia substituir o plástico do planeta – disse Eike, no fim da preentação. – Meu pai (o ex-presidente da mineradora Vale Eliezer Batista) diria que isso é dar caviar pra crocodilo.

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