A decisão pela saída do general Gonçalves Dias do comando Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foi unânime entre os ministros que participaram de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto na tarde desta quarta-feira (19). Na conversa, o presidente selou o destino do general no governo.
A reunião foi chamada de última hora por Lula após a divulgação de imagens, pela CNN Brasil, que mostram Dias no Palácio do Planalto, interagindo com manifestantes golpistas, durante a invasão de 8 de janeiro.
Além de Lula, participaram do encontro o vice-presidente Geraldo Alckmin, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, e os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Flávio Dino (Justiça), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Comunicação).
De acordo com presentes da reunião ouvidos pelo Globo, ninguém se opôs a saída de Dias. Integrantes do governo afirmam que o próprio vazamento das imagens causou irritação em ministros e foi considerado um movimento de bolsonaristas para conseguir destravar a CPMI sobre os atos de 8 de janeiro. O governo, que era contra, mudou de estratégia após o episódio e passou apoiar a criação do colegiado.
A situação de Dias no governo era frágil desde a invasão do Palácio do Planalto. Auxiliares de Lula viam certa “inação” na conduta do ministro durante os atos de 8 de janeiro. A divulgação das imagens, que mostram o general no terceiro andar do Palácio, próximo ao gabinete presidencial, foi a gota d’água para o seu afastamento.
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