Desemprego sobe para 8,8% no trimestre encerrado em março

O desemprego avançou neste início de ano. A taxa de desocupação ficou em 8,8% no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 0,9 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior. Mais 860 mil pessoas buscaram uma oportunidade de trabalho no período e não encontraram, levando o país a registrar 9,4 milhões de desempregados. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo IBGE.


A taxa de desemprego é a menor para o período desde 2015, quando ficou em 8%.


Houve uma queda de 1,5 milhão de pessoas no número de ocupados, totalizando 97,8 milhões de brasileiros empregados, entre formais e informais.




O recuo na ocupação reflete principalmente a redução dos trabalhadores sem carteira.


Queda na ocupação já era esperada

Segundo o IBGE, o movimento de retração da ocupação é observado em todos os primeiros trimestres da pesquisa, com exceção do ano de 2022, que foi marcado pela recuperação pós-pandemia.


“Esse resultado do primeiro trimestre pode indicar que o mercado de trabalho está recuperando seus padrões de sazonalidade, após dois anos de movimentos atípicos” analisa a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.


Ela complementa:

“A queda na ocupação reflete principalmente a redução dos trabalhadores sem carteira, seja no setor público ou no setor privado”, destaca Adriana.


Entre os empregados sem carteira no setor público, a queda no trimestre foi de 7% ou menos 207 mil pessoas. Já no setor privado, o contingente de empregados sem carteira assinada caiu 3,2%, ou menos 430 mil pessoas.


Destaca-se, ainda, o total de trabalhadores por conta própria com CNPJ, que caiu 8,1% (redução de 559 mil pessoas). O número de empregados com carteira assinada no setor privado ficou estável e a taxa de informalidade foi de 39% da população ocupada (ou 38,1 milhões de trabalhadores informais) contra 38,8% no trimestre anterior e 40,1% no mesmo trimestre do ano anterior.


De acordo com a pesquisadora do IBGE, a retração do emprego sem carteira pode ser observada em algumas atividades econômicas, como na agricultura, na construção e no comércio, que tiveram quedas de, respectivamente, 2,4% (menos 201 mil pessoas), 2,9% (menos 215 mil pessoas) e 1,5% (menos 294 mil pessoas) no total de seus trabalhadores.


Segundo Adriana, na construção, essa queda está focada no setor de edificações e tem uma característica muito sazonal.


O que esperar para os próximos meses?

Economistas avaliam que o cenário macroeconômico continua desafiador no curto prazo, limitando uma melhora expressiva no mercado de trabalho.


O Indicador Antecedente de Emprego do FGV IBRE subiu 1,7 ponto em março, para 76,4 pontos, atingindo o maior nível desde outubro do ano passado (79,8 pontos). Ainda assim, o resultado positivo não compensa a queda ocorrida na virada do ano, e o patamar do indicador permanece historicamente baixo.


“Avanços mais fortes devem ocorrer somente com uma reação da atividade econômica”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, em comentário.

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