A Executiva Nacional do PROS negou, nesta terça-feira (15), que Cabo Daciolo seja pré-candidato ao Governo do Rio de Janeiro pelo partido. Em nota, a legenda reprovou “o uso indevido do nome e da imagem do Cabo Daciolo” com o anúncio feito na véspera. “A iniciativa foi adotada sem consulta ao PROS Nacional, tendo os supostos membros do PROS/RJ promovido o anúncio sem possuírem qualquer legitimidade”, completa o comunicado.
Em pouco mais de 24 horas, o anúncio da pré-candidatura de Cabo Daciolo ao governo do Rio provocou reações imediatas da campanha de releição de Cláudio Castro (PL). Ainda com cargos na estrutura do governo, o PROS mantém nomeados na Fundação Leão XIII e em outros institutos subordinados ao primeiro escalão do Palácio Guanabara. Por isto, dirigentes do partido foram notificados da necessidade de desembarque, caso a candidatura de Daciolo fosse mantida.
Candidato à Presidência da República nas eleições de 2018, quando terminou em sexto lugar, à frente de nomes como Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (REDE), Daciolo atrairia parte do eleitorado evangélico e conservador. Ele teria apelo especial entre os religiosos do segmento pentecostal. Castro e outros pré-candidatos ao governo do Rio tentam associar as suas imagens a líderes evangélicos e temem a candidatura do 3º sargento do Corpo de Bombeiros.
Presidente do diretório estadual do PROS e ex-presidente da Fundação Leão XIII, o vereador Jimmy Pereira defendeu a candidatura independente.
“Daciolo seria uma opção nova, dentro de um campo conservador. Algo em torno de 30% do eleitorado fluminense é evangélico e anseia por uma candidatura com valores rígidos, como a do Daciolo. Ele só não será candidato pelo PROS se desistir e, até o momento, mostra-se convicto desta missão”, disse o dirigente, pouco antes do posicionamento oficial do partido.
Esta não é a primeira vez que uma pré-candidatura de Daciolo provoca reações em outras empreitadas políticas do Rio. Em 2020, ele pretendia ser o candidato do PL à prefeitura da capital fluminense. No entanto, o partido retirou a sua pré-candidatura e acertou a indicação de Nilton Caldeira para vice do então líder das pesquisas, Eduardo Paes (hoje no PSD, na época, no DEM). Uma candidatura de Daciolo poderia tirar votos do atual prefeito. Insatisfeito com a decisão do partido, Daciolo deixou a legenda.
Benevenuto Daciolo dos Santos tem 46 anos e nasceu em Florianópolis, em Santa Catarina. Ele é 3º sargento do Corpo de Bombeiros do Rio desde 1998. Em 2011, chegou a ser preso após ser acusado de liderar uma greve de bombeiros no estado. Três anos depois, foi eleito deputado estadual pelo PSOL. Daciolo acabou expulso da legenda em 2015 por infidelidade partidária. Pelo Patriotas, o bombeiro foi candidato à Presidência da República nas eleições de 2018, quando obteve mais de 1,3 milhão de votos.
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