O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), rebateu o deputado federal e líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), após o parlamentar defender o apoio da legenda a uma possível tentativa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.
O chefe do Executivo estadual reafirma a intenção de disputar o Palácio do Planalto com o petista daqui a dois anos.
“Nunca existiu isso que foi colocado na mídia. Nunca se aventou tamanho suicídio político em 2026. O União jamais vai caminhar com o PT “, disse Caiado ao Uol.
O governador afirmou que mantém os planos de lançar uma candidatura a presidência após o carnaval, em um evento em Salvador realizado a convite do prefeito Bruno Reis (União). A Bahia é o estado de Elmar.
Já o parlamentar defendeu ao Uol que a sigla deve decidir até fevereiro se apoia ou não o governo Lula em 2026. Segundo Elmar, a discussão deve ocorrer após as eleições no Congresso.
“Não dá para a gente ficar falando em candidatura própria ou abrindo, ou flertando com a candidatura adversária por dentro do governo “, disse o líder do União na Câmara.
Elmar avalia que seria uma “traição” ao presidente Lula permanecer no governo com três ministérios após o período determinado para a discussão e lançar uma candidatura própria em 2026 adversária à chapa petista.
Impacto Bolsonaro
Como mostrou o GLOBO nesta sexta-feira, o indiciamento de Jair Bolsonaro pela participação em um plano de golpe de Estado deve esvaziar as chances dele se manter no páreo para a disputa pelo Palácio do Planalto em 2026.
Embora o ex-presidente, que está inelegível, declare ser o único candidato da direita, caciques partidários afirmam que a conclusão do inquérito da Polícia Federal (PF) reforça a necessidade de se encontrar um nome alternativo para esse campo tentar voltar ao poder.
A avaliação de líderes políticos é que a figura de Bolsonaro, a exemplo do seu entorno, está “contaminada” e que o custo de apoiar a anistia do ex-presidente ficou muito alto.
Dirigentes de partidos do centro afirmam que o indiciamento de Bolsonaro fortalece nomes como o de Caiado e dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Minas, Romeu Zema (Novo); e do Paraná Ratinho Júnior (PSD).
Único da lista a admitir publicamente a intenção de disputar o Palácio do Planalto em 2026, Caiado é cauteloso ao analisar a situação do ex-presidente. O governador rompeu com Bolsonaro durante as eleições municipais deste ano, quando estiveram em lados opostos na disputa pela capital goiana.
“Vejo com muita preocupação (o indiciamento pela PF) e aguardo o final do julgamento. Muito cedo para fazer este diagnóstico (sobre 2026) “, afirmou Caiado ao GLOBO.
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