Áudios capturados pela Polícia Federal na investigação de uma suposta trama golpista no fim do governo de Jair Bolsonaro revelam que o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do presidente, tratava diretamente com colega de farda sobre um golpe de Estado.
Em uma das mensagens, ele afirma que o plano deveria ser colocado em prática “antes do dia 12”.
Para a PF, Cid se refere ao dia 12 de dezembro, data da diplomação da chapa formada por Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A cerimônia ocorreu na tarde daquele dia.
“Não, pode deixar, general. Vou conversar com o presidente. O negócio é que ele tem essa personalidade às vezes, né? Ele espera, espera, espera, espera pra ver até onde vai, né? Ver os apoios que tem. Só que às vezes o tempo tá curto, né? Não dá pra esperar muito mais passar, né? Dia 12 seria… Teria que ser antes do dia 12, né?” disse Cid na mensagem.
O “general” com quem o ex-ajudante de ordens conversa é Mário Fernandes, que na época ocupava o posto de número 2 da Secretaria-Geral da Presidência.
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