A Enel vai vender sua distribuidora de energia no Ceará no próximo ano, priorizando esse mercado em megacentros urbanos, como Rio de Janeiro e São Paulo. A decisão integra o plano de negócios da companhia para 2023 a 2025, divulgado no início da manhã desta terça-feira (22) em apresentação para investidores em Milão, com transmissão on-line.
“Vamos seguir o reposicionamento estratégico deste ano, nos desfazendo de ativos e deixando de atuar em regiões que não estão mais alinhadas com o propósito da companhia. Assim, em 2023, venderemos ativos como de geração a gás, inlcuindo Ceará, no Brasil. E vamos sair de Romênia, Peru e Argentina”disse Francesco Starace, CEO da Enel.
O esforço em deixar as operações ligadas a combustíveis fósseis e focar em seis países-chaves — Itália, Espanha, Brasil, Chile e Colômbia — está em grande parte ancorado na transição energétida da companhia, que antecipou em dez anos, de 2050 para 2040, a meta de zerar suas emissões de carbono.
Ao todo, o novo plano prevê € 37 bilhões em investimentos entre 2023 e 2025, recuando dos € 43 bilhões anunciados no último ano e previstos até 2024.
Este ano, a companhia vendeu sua operação na Rússia. No Brasil, fechou em meados do ano a venda da termelétrica de Fortaleza, que integrava o portfólio da Enel Ceará, para a Eneva. Há ainda outras duas transações em processo de finalização até o fim deste ano, uma delas é a venda da Enel Distribuidora de Goiás, adquirida pela Equatorial Energia em setembro, e a dos ativos de transmissão no Chile.
O rearranjo na geografia operacional e na rede de ativos da companhia deve contribuir para uma redução de € 21 bilhões na dívida líquida da companhia.
Em paralelo, a previsão é de que o Ebitda, indicador de caixa, avance de € 19 bilhões a € 19,6 bilhões estimados para este ano para € 22,2 bilhões a € 22,8 bilhões em 2025, enquanto a receita líquida avançaria de 5 bilhões a 5,3 bilhões para 7 bilhões a 7,2 bilhões nesse mesmo período.
Está prevista ainda a adição de 21 GW em capacidade instalada de geração de fontes renováveis, sendo que 19 GW deste total estarão concentradas nos países-chave.
“Nesses três anos, vamos focar em modelos de negócios integrados, know-how digital e negócios eregeiões que possam adicionar valor (para a companhia), apesar do cenário desafiador atual” pontuou Starace. “Isso vai ampliar nossa resiliência a potenciais novas turbulências futuras” acrescentando que a turbulência de agora, em consequência à guerra da Ucrânia, deve se estender por ao menos mais dois anos.
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