Na próxima terça-feira, dia 7, acontece o leilão Daslu, ícone varejista que por décadas representou o mais alto luxo da moda brasileira e hoje amarga a derrocada de seu império em meio a escândalos de sonegação fiscal, formação de quadrilha e outras acusações.
De acordo com o site da casa de leilões Sodré Santoro, responsável pelo certame, o lance inicial é de R$ 1.411.022. O valor será usado para pagar os custos do processo de falência da marca.
A multimarcas paulistana foi fundada na década de 1950 pelas socialites Lucia Piva Albuquerque e Lourdes Aranha. Ambas reuniam amigas da nata paulistana para mostrar roupas exclusivas em uma casa na Vila Nova Conceição, região nobre da capital.
Foi nos anos 1990, já sob o comando de Eliana Tranchesi, que assumiu o negócio após a morte da sua mãe Lucia, que vieram as marcas internacionais. A Daslu foi uma das principais pioneiras nesse movimento quando até então só se tinha acesso a estre produtos em viagens para o exterior.
O império foi crescendo até que em 2005 foi deflagrada a Operação Narciso, da Polícia Federal onde foi provado que havia um esquema de sonegação fiscal na Daslu, na qual a empresa não emitia notas fiscais para venda de mercadorias, falsificava documentos e subfatura notas.
Neste mesmo ano, a dona da marca, a empresária Eliana Tranchesi, seu irmão Antonio Carlos Piva de Albuquerque, que era diretor financeiro na época, e outros diretores foram condenados.
Os irmãos não chegaram a cumprir pena estipulada de 94 anos. Ela ficou presa por 12 horas, mas foi liberada no dia seguinte, pois estava em um tratamento de câncer, doença da qual faleceu em 2012. Depois disso, o caso dela foi encerrado.
Já ele ficou foragido até semana passada, quando foi preso. Agora, terá que cumprir pena de 7 anos e 8 meses de prisão, em regime fechado, por crimes contra a ordem tributária.
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