Executivos da OpenAI e Nvidia se reúnem com governo Biden para discutir infraestrutura para IA

Representantes de duas das maiores empresas do mercado de inteligência artificial se reuniram com o governo Biden nesta quinta-feira.

O CEO da OpenAI, Sam Altman, e o CEO da Nvidia, Jensen Huang, estiveram com altos funcionários do governo e outros líderes do setor na Casa Branca para discutir como suprir as enormes necessidades de infraestrutura para projetos de inteligência artificial.


Do lado da tecnologia, os diretores incluíram na reunião o CEO da Anthropic, Dario Amodei, a presidente da Google, Ruth Porat, e o presidente da Microsoft, Brad Smith, segundo fontes a par da reunião, que também contou com representantes do setor de energia.




Entre os representantes do governo estavam a secretária de Comércio Gina Raimondo, o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, e a secretária de Energia Jennifer Granholm, segundo as mesmas fontes.


O objetivo, segundo um funcionário da Casa Branca, era fortalecer parcerias público-privadas para o desenvolvimento de centros de dados de IA nos EUA.

Alguns dos tópicos abordados foram licenciamento, força de trabalho, demandas energéticas e impactos econômicos das instalações, conforme fontes familiarizadas com o encontro.


Investimento bilionário

A OpenAI, por exemplo, planeja gastar dezenas de bilhões de dólares em uma iniciativa de infraestrutura de IA doméstica que envolve centros de dados, capacidade energética, transmissão e fabricação de semicondutores — com investimento de todo o mundo.

Executivos da empresa vêm se reunindo com autoridades do governo há meses para discutir uma série de questões relacionadas à iniciativa, incluindo preocupações de segurança nacional associadas ao capital estrangeiro.


“A OpenAI acredita que a infraestrutura é o destino e que construir infraestrutura adicional nos EUA é essencial para a política industrial e o futuro econômico do país”, disse a OpenAI em um comunicado na quinta-feira.


A empresa destacou os benefícios econômicos de investir em projetos de centros de dados nos EUA, incluindo a criação de até 40 mil empregos em vários estados americanos. A OpenAI apontou para investimentos semelhantes da China, que visa ser líder global em IA até o final da década.


Porat afirmou que uma infraestrutura energética robusta nos EUA é crucial para garantir a liderança do país no campo emergente da IA.

“O encontro de hoje na Casa Branca foi uma oportunidade importante para avançar no trabalho necessário para modernizar e expandir a capacidade da rede de energia dos EUA”, disse ela em um comunicado. Anthropic e Microsoft preferiram não comentar.


O aumento na construção de centros de dados nos EUA, impulsionado pela IA, coincide com um estímulo mais amplo à manufatura promovido pelo Chips and Science Act e pelo Inflation Reduction Act — os programas de subsídios para semicondutores e energia limpa sancionados em 2022 pelo presidente Joe Biden.


Esses investimentos, junto com a expansão dos centros de dados e outros fatores, devem aumentar a demanda por eletricidade entre 15% e 20% na próxima década, de acordo com o Departamento de Energia.

Os centros de dados poderão consumir até 9% da geração de eletricidade dos EUA anualmente até 2030, em comparação com 4% do consumo total em 2023, segundo um relatório de maio do Instituto de Pesquisa de Energia Elétrica, uma organização sem fins lucrativos.


A administração Biden afirmou que fontes renováveis, como energia eólica e solar, além de armazenamento de baterias e melhorias na eficiência energética, são algumas das formas de atender à crescente demanda de energia dos centros de dados, pois são escaláveis rapidamente e competitivas em termos de custo.


“O crescimento da demanda de eletricidade impulsionado pelos centros de dados no curto prazo é uma oportunidade para acelerar a implementação de soluções de energia limpa, melhorar a flexibilidade da demanda e modernizar a rede enquanto se mantém a acessibilidade”, informou o Departamento de Energia, em post no blog no mês passado.


No entanto, a agência, que deve divulgar uma avaliação do consumo de energia pelos centros de dados até o final do ano, alertou que as projeções de crescimento da demanda elétrica “continuam a evoluir devido ao desenvolvimento de novos casos de uso” e outros fatores.

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