Família de Schumacher pede que depoimentos com detalhes da saúde do ex-piloto sejam secretos

A família de Michael Schumacher pediu à Justiça que partes do julgamento de uma tentativa de chantagem sejam vedadas ao público. O clã restringe o acesso a informações de saúde da lenda da Fórmula 1 desde que ele sofreu um acidente de esqui, em 2013, e deseja manter a privacidade do heptacampeão em meio ao julgamento na Alemanha de uma tentativa de chantagem articulada por um ex-segurança e dois cúmplices — eles ameaçavam divulgar dados médicos do ex-piloto.


Detalhes dos cuidados médicos e da imagem de Schumacher são vedados ao público há mais de uma década, e o acesso à lenda do automobilismo foi restrito a um círculo de confiança de parentes. Segundo o Daily Mail, a mulher do heptacampeão, Corinna Schumacher, orientou os advogados que representam a família a requererem à Corte de Wuppertal que depoimentos com informações da saúde do ex-piloto sejam colhidos a portas fechadas.

 




O julgamento, que atraiu veículos da imprensa do mundo todo, trata do caso do ex-guarda-costas Markus Fritsche, que roubou mais de 1.500 arquivos confidenciais do clã, entre fotos, vídeos, listas de medicamentos e prontuários de Schumacher. O ex-funcionário passou a exigir, com cúmplices, 15 milhões de euros (R$ 96 milhões, na cotação atual) para que os documentos não fossem vazados na dark web.


Caso o pedido da família seja aceito, jornalistas e eventuais curiosos serão retirados da sala do tribunal durante a oitiva de testemunhas que possam falar sobre a saúde de Schumacher.


“Uma moção foi apresentada pela família Schumacher para que partes do caso relacionadas ao estado de saúde do Sr. Schumacher sejam mantidas em segredo do público. Não vejo nenhuma razão pela qual o juiz não atenderia a esse pedido e isso significaria que o público seria convidado a deixar o tribunal quando esses detalhes fossem discutidos”, confirmou um porta-voz tribunal de Wuppertal, Wolf-Tilman Baumert, ao Daily Mail.


A família foi vítima da chantagem milionária de um grupo de três pessoas, incluindo o ex-guarda-costas, demitido após oito anos de serviços prestados. Markus Fritsche chamou para o plano criminoso seu amigo de longa data, o segurança Yilmaz Tozturkan, e o filho dele Daniel Lins, especialista em tecnologia da informação.


Markus Fritsche foi contratado pelo clã um ano e meio antes do acidente de esqui. Depois da fatalidade, a família decidiu restringir quem poderia ficar perto do ex-piloto e da mansão. Quando percebeu que seria dispensado, Markus Fritsche teria arquitetado o plano de chantagem. Ele recolheu quatro dispositivos USB e dois discos rígidos da mansão do patrão.


De acordo com o jornal Daily Mail, os equipamentos continham informações sensíveis sobre o estado de saúde do heptacampeão da Fórmula 1, que vive recluso desde 2013.


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Os três criminosos foram presos pela polícia alemã em julho deste ano, no estacionamento de um supermercado. A detenção ocorreu depois de Yilmaz Tozturkan ligar para a família e ameaçá-la com a chantagem, dias antes. Daniel Lins chegou a enviar imagens para o clã, para provar o acesso aos arquivos confidenciais. A entrega do dinheiro ocorreria no escritório do advogado dos Schumacher. Os suspeitos foram colocados sob vigilância depois do telefonema.


O promotor de Wuppertal, Wolf-Tilman Baumert, anunciou em setembro que a investigação do caso estava concluída. O Ministério Público de Wuppertal denunciou os três detidos, que, se forem considerados culpados, podem ser pegar penas de até quatro anos de prisão.

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