Formuladores de políticas, pesquisadores, o setor privado e outras partes interessadas estão reunidos na capital da Zâmbia, Lusaka, nos próximos dias, para traçar um caminho em direção ao desenvolvimento sustentável e à resiliência para os Países Menos Desenvolvidos (PMDs) do mundo.
A terceira edição do Fórum do Futuro dos PMDs, que começou na segunda-feira, se concentra em como essas 44 nações podem resistir melhor a choques sistêmicos, incluindo os efeitos adversos das mudanças climáticas e outras crises globais.
O objetivo é desenvolver soluções viáveis que contribuam para o desenvolvimento sustentável e a construção de resiliência nesses países.
Desafios e compromissos
O fórum está alinhado à Prioridade 5 do Programa de Ação de Doha (DPoA), uma iniciativa de uma década adotada em 2022 que visa renovar e fortalecer os compromissos entre os PMDs e seus parceiros de desenvolvimento.
A Prioridade 5 diz respeito ao enfrentamento das mudanças climáticas, à degradação ambiental, à recuperação após a pandemia de Covid-19 e à construção de resiliência contra choques futuros para um desenvolvimento sustentável baseado em riscos.
Os países menos desenvolvidos muitas vezes enfrentam recursos internos limitados, o que dificulta sua capacidade de enfrentar crises econômicas, desastres naturais e emergências de saúde, de acordo com o Escritório do Alto Representante das Nações Unidas para os Países Menos Desenvolvidos, Países em Desenvolvimento Sem Litoral e Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (UN-OHRLLS).
Além disso, o acesso aos mercados de capitais internacionais é difícil devido à baixa credibilidade e aos riscos percebidos.


Vozes femininas críticas
O fórum contará com um Diálogo de Alto Nível com foco na necessidade crítica de financiamento para reforçar a resiliência dos PMDs diante de vários desafios. Ênfase especial será dada à igualdade de gênero, pois a participação de mulheres e meninas nas discussões será crítica para o desenvolvimento de soluções holísticas e inclusivas.
Rabab Fatima, Alta Representante para os Países Menos Desenvolvidos, Países em Desenvolvimento Sem Litoral e Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, destacou a importância do evento.
Ela observou que, pela primeira vez, o fórum está ocorrendo em um PMD, “oferecendo uma oportunidade única de mobilizar apoio global para os países mais vulneráveis do mundo enquanto eles enfrentam os desafios de um cenário global em constante mudança”.
O fórum foi organizado pela UN-OHRLLS em conjunto com os governos da Finlândia e da Zâmbia, em colaboração com o Instituto Mundial de Pesquisa em Economia do Desenvolvimento da Universidade das Nações Unidas (UNU-WIDER), a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Fundação para Estudos e Pesquisa sobre Desenvolvimento Internacional (FERDI).
Participação do setor privado
Os destaques incluem quatro sessões temáticas abordando áreas-chave: práticas agrícolas inteligentes em termos de clima para melhorar a segurança alimentar e garantir o desenvolvimento agrícola sustentável, soluções sustentáveis de água e energia para aumentar a resiliência, economia circular e industrialização verde para promover a diversificação e a resiliência, e programas de proteção social direcionados para fortalecer a resiliência a múltiplos choques.
Um Diálogo de Alto Nível se concentrará em estratégias de financiamento para apoiar economias mais resilientes nos países menos desenvolvidos, abordando a necessidade crítica de recursos para combater a instabilidade econômica, desastres naturais e emergências de saúde.
Além disso, representantes do setor privado participarão de um debate paralelo para analisar como as empresas podem impulsionar a transição para uma economia circular, promovendo o desenvolvimento sustentável e a resiliência nos países menos desenvolvidos.
As discussões se concentrarão em estratégias para a transição para uma economia circular, desenvolvendo capacidade e habilidades locais, garantindo a sustentabilidade da cadeia de suprimentos e promovendo a participação das mulheres no planejamento de sustentabilidade corporativa.