A companhia aérea Gol, que entrou com processo de recuperação judicial nos EUA no início deste ano, anunciou um plano inicial de reestruturação. O objetivo é concluí-lo até abril de 2025 e levantar US$ 1,85 bilhão (R$ 11,2 bilhões) em novo capital, após sair da recuperação judicial, para fortalecer sua liquidez e voltar a crescer. Desse total, US$ 330 milhões (R$ 2 bilhões) serão levantados através da emissão de novas ações oferecidas a investidores.
“A Gol pretende levantar até US$ 1,85 bilhão (R$ 11,2 bilhões) em novo capital para prover liquidez incremental que apoie a execução de sua estratégia de crescimento após a saída do processo, dos quais até US$ 330 milhões (R$ 2 bilhões) podem ser na forma de emissão de novas ações a serem subscrita por terceiros investidores”, informou o comunicado divulgado pela companhia.
A companhia recorreu ao chamado Chapter 11 (a recuperação judicial nos EUA) pressionada por dívidas elevadas ainda do impacto da pandemia, quando a aviação comercil foi fortemente afetada pela paralisação dos voos. No último balanço da empresa, do terceiro trimestre deste ano, a dívida líquida chegou a R$ 27,6 bilhões, e o prejuízo líquido foi de R$ 830 milhões.
O plano foi protocolado no U.S. Bankruptcy Court, uma corte federal americana que cuida de casos de falência de empresas, após o acordo de apoio à reestruturação, firmado em novembro, entre a companhia, sua controladora Abra e o comitê de credores quirografários (grupo que não têm garantias reais).
O plano prevê redução do endividamento da Gol, com a conversão ou extinção de até US$ 1,7 bilhão de dívida financiada antes do início do Chapter 11, além de US$ 850 milhões de outras obrigações que a companhia possui.
A controladora Abra, como parte do acordo, vai aceitar receber cerca de US$ 950 milhões (R$ 5,7 bilhões) em novas ações da Gol, com possibilidade de acréscimos dependendo de condições futuras, além dos US$ 850 milhões em dívida reestruturada. A Corte de Falência de Nova York marcou para o dia 15 de janeiro a audiência que vai discutir o plano de reestruturação de dívida da Gol.
Veja também
JUSTIÇA
Uber defende no STF que não há vínculo de emprego com motoristas
Turismo