O ministro da Economia, Paulo Guedes, reclamou da dificuldade do governo de seguir com as privatizações que planeja. Ele citou, nesta sexta-feira, “dificuldades” com outros órgãos, como “uma sugestão” do Tribunal de Contas da União (TCU) ou outra do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele disse que até o final deste mandato gostaria de vender ao menos os Correios e Eletrobras, num sinal importante de compromisso com as privatizações e o programa liberal do governo.
— Para um governo que foi democraticamente eleito dizendo que vai vender empresa estatal, é inadmissível que não se consiga vender. Fica parecendo que é operação tartaruga, para descumprir a vontade popular — disse.
Segundo ele, isso cria um precedente desagradável.
— A população votou no presidente, o presidente se comprometeu com programa de privatização, na hora que você vai privatizar outros poderes impedem a privatização, isso cria um precedente desagradável —afirmou.
Guedes citou duas privatizações que ainda não ocorreram, a da Eletrobras e dos Correios e disse que é “perfeitamente natural” que o governo consiga vender essas empresas.
— É perfeitamente natural que a gente consiga vender duas empresa que estão descapitalizadas, não conseguem manter sua fatia de mercado, vão perder importância e vão ser condenadas a irrelevância no tempo — afirmou.
Sem muita expectativa em relação a grandes avanços de projetos em ano eleitoral no congresso, Guedes sinalizou o desejo de concretizar ao menos a privatização dos Correios. Ele ainda mencionou a Eletrobras, cujo processo disse já estar encaminhado, e elogiou as reformas tributária e administrativa, mas admitiu que não devem caminhar por causa da eleição.
— O nosso papel é defender as reformas o tempo inteiro. Agora, há momentos que você vê que tem coisa que não está andando. O que eu acho que é a coisa mais importante, porque são sinais importantes no Congresso, são os Correios – afirmou.
Para Guedes, a aprovação do projeto dos Correios é um sinal importante de compromisso com as privatizações. Ele ainda disse lamentar que não houve avanços nas reformas administrativa e tributária.
No caso da mudança dos tributos, ele fez críticas ao Senado e ao relator Angelo Coronel (PSD-BA), por engavetar a a proposta que altera as regras do imposto de renda. Por outro lado, elogiou o senador Roberto Rocha (PSDB-MA), que relata o proposta de emenda à Constituição (PEC) 110, que promove ampla mudança no sistema de tributos sobre consumo.
Guedes afirmou ainda que 2021 foi o ano em que o país “se ergueu” depois de ter tombado contra a Covid-19 no ano anterior. Segundo ele, a pandemia lançou o país na “escuridão” em 2020 com temores de desemprego em massa, fome, além das centenas de milhares de mortes.