Hackers norte-coreanos lideram roubo de criptomoedas em 2024

O ano de 2024 foi marcado por um aumento expressivo nos roubos de criptomoedas, com prejuízos que alcançaram um total de US$ 2,2 bilhões. Mais da metade desse montante foi atribuído a hackers norte-coreanos, segundo um estudo publicado pela empresa de análise de blockchain (registros digitais públicos) Chainalysis. As informações são da BBC.

Os dados apontam que hackers ligados ao regime da Coreia do Norte desviaram US$ 1,3 bilhão em moedas digitais, mais que o dobro do que foi registrado em 2023. De acordo com o relatório, algumas das táticas utilizadas incluem se passarem por trabalhadores remotos de TI (tecnologia da informação) para se infiltrar em empresas do setor de criptomoedas e tecnologia.

Hackers do APT29, também conhecidos como Cozy Bear, interceptaram e copiaram o anúncio, inserindo malware nele e enviando-o a diversos diplomatas estrangeiros (Foto: WikiCommons)

Esse aumento nos ataques ocorre em um contexto de grande valorização do bitcoin, que teve seu preço mais que dobrado ao longo do ano. Analistas sugerem que a eleição de Donald Trump como presidente dos EUA gerou expectativas de uma política mais favorável às criptomoedas, em contraste com o governo de Joe Biden.

Crescimento alarmante, mas abaixo dos picos

Apesar do aumento de 21% no volume de criptomoedas roubadas em relação ao ano passado, os valores ainda ficaram abaixo dos níveis registrados em 2021 e 2022. Especialistas da Chainalysis destacam que o crescimento dos roubos ressalta a urgência de fortalecer a segurança cibernética no setor.

“O aumento de criptomoedas roubadas em 2024 ressalta a necessidade de o setor lidar com um cenário de ameaças cada vez mais complexo e em evolução”, afirma o relatório. Grande parte dos ataques foi possibilitada pelo comprometimento de chaves privadas, fundamentais para o acesso e gerenciamento de ativos dos usuários em plataformas de criptomoedas. A Chainalysis alerta que um comprometimento desse tipo pode ter consequências devastadoras, especialmente para exchanges centralizadas que gerenciam volumes substanciais de fundos.

Entre os maiores roubos registrados em 2024, destacam-se o desvio de US$ 300 milhões em bitcoins da exchange japonesa DMM Bitcoin e a perda de quase US$ 235 milhões da WazirX, uma plataforma sediada na Índia. Esses incidentes reafirmam a vulnerabilidade do setor diante de ataques cibernéticos sofisticados.

Conexão com Pyongyang

O governo dos Estados Unidos aponta que a Coreia do Norte utiliza o roubo de criptomoedas como parte de uma estratégia para contornar sanções internacionais e financiar seus programas de armas. Em um desdobramento recente, um tribunal federal em Saint Louis, estado do Illinois, indiciou 14 cidadãos norte-coreanos por envolvimento em um esquema de extorsão de longa data. A conspiração tinha como objetivo desviar fundos de empresas americanas e canalizar recursos para Pyongyang.

Além disso, o Departamento de Estado dos EUA anunciou uma recompensa de até US$ 5 milhões para quem fornecer informações que ajudem a desmantelar esses esquemas.


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