Favorito para comandar o Ministério da Fazenda, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad disse nesta quarta-feira que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição será importante para que o governo eleito ganhe tempo.
Segundo ele, uma nova âncora fiscal, que deve substituir o teto de gastos, só será elaborada posteriormente, quando o governo der prosseguimento também a uma reforma tributária.
No primeiro momento, para ele, o mais importante seria o governo ganhar uma folga para pagar o Bolsa Família de R$ 600.
— Não está sendo desenhado isso, o que a gente chama de arcabouço fiscal. Não está sendo desenhado agora porque é muito pouco tempo a tramitação da PEC para fazer uma substituição. Então, a PEC é justamente para ganhar o tempo necessário, fazer a reforma tributária e encaminhar um novo arcabouço fiscal — disse o petista.
Haddad deixou hotel da região central de Brasília no fim da tarde e seguiu para São Paulo. Na capital federal, o petista teve uma série de reuniões com Lula, integrantes da transição, e também com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Haddad disse que trabalha com a perspectiva de aprovar a reforma tributária em 2023.
— Como estamos justamente ganhando com a PEC de Transição o tempo necessário para abrir uma discussão com a sociedade, nós temos uma perspectiva boa de aprovar a reforma tributária no ano que vem. O ideal é que com a reforma tributária, paralelamente a gente remeta para o Congresso um novo arcabouço fiscal, porque aí vai ser coerente com a reforma que terá sido feita. E está bem encaminhado, tanto na Câmara quanto no Senado, as duas propostas estão bem encaminhadas, uma delas certamente vai contemplar governadores e governo federal — disse o petista.
Cotado para ocupar o cargo de ministro da Fazenda, Haddad minimizou a demora de Lula para anunciar o nome responsável pela área. A espera gerou até mesmo críticas de petistas, como o senador Jaques Wagner (BA).
— Isso (nomeação de ministro) é atribuição do presidente, ele já falou que essa semana não tem anúncio.
Na terça-feira, Haddad teve a primeira reunião com os indicados da área econômica da transição. As conversas, que tiveram a participação de Pérsio Arida, Nelson Barbosa, entre outros, foram acompanhadas também por Lula.
— Tudo foi discutido (com reunião de economistas). Foram cinco ou seis horas de reunião. A gente passou em revista muito temas, a PEC inclusive. Muito (sobre eficiência em gasto público). Focalização, eficiência do gasto público, qualidade do gasto. Fizemos muitas cinsiderações ao presidente. Todos os grupos vão entregar até o dia 12 (relatório da transição). O nosso vai ficar pronto um pouco antes — acrescentou Haddad.
Haddad deve voltar a Brasília na segunda-feira para continuar as conversas sobre a área econômica da transição.
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